1032 - AMIGOS DE TODA A EXISTENCIA
- Cruzam-se pessoas p’la nossa vida
E a casualidade desse caminho
Por vezes nos deixam felizes
Algumas delas seguem a nosso lado
Fazendo parte de nossa existência
Que se prolonga pelo tempo
que arduamente percorremos
Todas elas são verdadeiros amigos
Intimamente, ou apenas amigos
E entre elas há todo tipo de amizades
Que são como folhas
Da árvore que nós somos
E as mais fortes tornam-se mesmo
Troncos dessa mesma árvore
As árvores mais preciosas e valiosas
São os nossos pais
Esses que em qualquer momento
Em qualquer situação nos contemplam
São eles os mais fieis e fortes amigos
São eles que nos mostram o agridoce
De toda a nossa vida desde o inicio
Da nossa existência até nos tornarmos
Outra árvore bem sustentada
E nesse percurso por vezes surgem
Outros ramos, ou seja novos
E fortes ramos da nossa árvore
Que são os irmãos e os filhos
E estes quando recém nascidos
Nos seguram com altiva impaciência
O nosso dedo
Admirando-nos em silencio
Tendo-nos presos p'ra toda a vida
E nós com eles partilhamos
O nosso espaço para que floresçam
E se tornem fortes como novas árvores
Desta natureza humana
Eles são as folhas que atravessam
O nosso tempo, que vendo bem
É tão curto, e nós os respeitamos
Num olhar que por vezes
Diz mais que um jorro de palavras
Distribuído brilho carinho e amor
O destino leva-nos a conhecer
Outros amigos que aparecem
Os quais nem imaginávamos
Que os iríamos conhecer
Muitos deles fazem parte da alma
Da nossa árvore e que moram
Bem dentro do nosso coração
Alguns conhecem-nos tão bem
Que nas nossas muitas fadigas
Sabem qual é a altura
Que precisamos de seu ombro
Sendo eles nossos amigos sinceros
Que trazem brilho a nossos olhos
E um sorriso a nossos lábios
Sempre que se encontram juntos de nós
E quando estão bem longe
Por vezes sorrimos na mesma
Sempre na esperança que apareça
Essa folha que guardamos no coração
E anda por aí ao sabor da ventania
Que é o percurso de suas vidas
Nosso tempo vai passando
Entre primaveras e Invernos
E nesse percurso aprendemos
Que se nos importámos
Com rancores e amarguras
A felicidade vai para outra árvore
Se calhar menos envolvente
Bem menos importante
E no Outono da nossa vida
Nossa árvore está mais frágil
Passando nós, a folha vagabunda
Que vai no vento eterno
A caminho de outras estações
Aguardando nós
Que nossos troncos, ramos e folhas
Mais tarde se alojem profundamente
Na nossa raiz eterna
Fernando Ramos
10.10.2008