28.02.23
- BARCOS DE SOLDADOS
- Vejo barcos ao longe, vejo barcos
Nas ondas que bailam na fina espuma
Leva magotes de soldados magros
Que a injustiça enrola na bruma - São homens de bem, como outros
Cujo seu mal foi nascer pobre
As espingardas os esperam nos portos
Que p’las pontas tantas vidas consome - Tantos barcos repletos de medo
Tantas vidas de destino fugido
Tantos ódios que vão batendo
Tantas almas de futuro perdido - Os homens são todos iguais
Mas a cor do dinheiro, senhores a cor!
Divide o mundo em partes desiguais
Chorando a vida, peçonhento pavor - Sua esperança, essa não tem fim
Neste mundo de amanhã incerto
Ela é um sonho livre voando por aí
Nos bons, que deste mal vai desperto - Tantos barcos repletos de medo
Tantas vidas de destino fugido
Tantos ódios que vão batendo
Tantas almas de futuro perdido - O mundo nesta miséria gira
Tanto sangue escorre a seus pés
O senhor do mal vai tocando a lira
E os soldados suplicando no convés
de: Fernando Ramos