15.10.22
- BOTE DE VELAS QUEBRADAS
- O bote desliza no mar salgado
Por ondas valiosas como ouro em pó
E um pescador de rosto enrugado
Olha as redes, fazendo-lhe dó - São tristezas salpicadas de choro
Naquele seu mar, a poente
Ali o peixe é pouco, e não é ouro
Já outras fainas o deixavam contente - E no seu bote de velas quebradas
O pobre mestre insiste na pescaria
Enclausurado naquele mar talhado
Pede a Deus uma faina de alegria - Embalado p’lo sopro do vento
Vai amaldiçoando sua má pesca
Por isso, Deus não lhe dá alento
Vai ele pecando à faina que resta - Seu Senhor, o arrependimento não ouve
De seus pecados já cometidos
Não mostrou pena, e Deus soube
Não havendo mais, já tempos idos - De: Fernando Ramos