409 - TRAVESSA DO CAVACO
TRAVESSA DO CAVACO
Fui à travessa do Cavaco
procurar a felicidade
Encontrei o local estragado
ruído pela antiguidade
Pobre travessa que estás gasta
lá prós lados de Évora
O tempo, a beleza de ti afasta
mas tuas velhas paredes conserva
Na travessa me apaixonei
por uma mulher de beleza sublime
Mais tarde, dela me afastei
senão teria de cometer um crime
É que ela, era louca varrida
com a grandeza de sua beleza,
Parecia um cavalo sem brida
querendo amor até à mesa
E eu de bons costumes
àquela fornalha não me habituei
Deixei-a nos seus queixumes
e à travessa não mais voltei
Não é que eu seja fraco
até almejo um amor incandescente
Mulher p’ra mim, é de bom trato
e não de sexo doido, e permanente
Hoje vou à Travessa e sorriu
pela peripécia então passada
Com ela eu nunca tinha frio
E comigo andava sempre desvairada
de: fernando ramos