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FERNANDO RAMOS

Minha Poesia


31.05.25

 

1105.png

  • 1105 - OUTROS TEMPOS
  •  
  • Fui menino, e nesse tempo, eu e os meus irmãos
  • não tínhamos Computador ou outras tecnologias
  • Tínhamos as ruas da nossa Lisboa vazias de carros,
  • lá para os lados do Bairro de Alvalade
  • Onde, alguns de nós brincávamos descalços no alcatrão,
  • Depois de comer a sopa na Escola
  • E à tarde até à noitinha lá estávamos jogando à bola
  • Com outros meninos companheiros das brincadeiras
  • E da pobreza da vida, correndo atrás dum sonho
  • de bons jogadores de futebol, que nos enchia de orgulho
  • Nesse tempo minha mãe não tinha telemóvel
  • para nos chamar
  • Simplesmente ia à Janela gritar por mim
  • e pelos meus irmãos que também por ali brincavam
  • E nós com muito custo lá deixávamos os amigos
  • Das brincadeiras, tão felizes como nós
  • Lá íamos para casa, ainda ajudar os nossos pais
  • Em algum trabalho de colar caixas de cartão
  • ou envelopes, que o meu pai levava para casa
  • Para ajudar a compor economicamente
  • o magro salário que ele recebia
  • Outros tempos bem diferentes de agora
  • Mas as saudades que eu tenho desses tempos…
  • Só dos nossos pais, dos meus irmãos pequenos
  • Da restante família, e das ruas vazias
  • das loucas brincadeiras do jogo da bola
  •  
  • De: Fernando Ramos
  • 26.12.2012


20.05.25

        1104 – OLHARES BONITOS E PERDIDOS

  • Há tantos olhares que passam
  • Quanto os olhos querem ver
  • Eles docemente se perdem
  • Nos labirintos da vida e do apetecer

 

  • Outros olhares veem de dentro
  • Numa beleza infinita
  • Nunca se perdem no tempo
  • Porque a vida sem eles se agita

 

  • Há olhares bonitos e perdidos
  • Tao insaciáveis e cheios de amor brando
  • Devorando outros olhares
  • Que por eles vão passando

 

  • Há olhares de paixão
  • Sofrendo sentindo a dor
  • Quando percebem não ter atenção
  • Da alma gémea que a veem com amor

 

  • Há olhares no meio da multidão
  • Que são ondas no mesmo olhar
  • Entrando pelo coração
  • Pra outro coração amar

 

           De Fernando Ramos


15.05.25

  • 1103.jpg

  •  
  • 1103 - HORA DA ESPERANÇA 
  •  
  • Por vezes caminhamos pela vida sem rumo
  • Porque o homem, na sua ganancia de pessuir
  • não olha á sua volta
  • Onde grassa a fome e a miséria de milhões
  • Que aparece por aí aumentando num vai vem
  • Como ondas do mar batendo repetidamente na areia 
  • O homem não aprende nada da vida
  • Apesar de haver alguns vivendo na Esperança
  • Caminhando pelo destino na ambição de ter
  • Não olhando seu irmão mesmo a seu lado
  • Que nada pessui, a não ser estrelas do ceu 
  • que vai observando na solidão do tempo
  • E  a natureza vai nos avisando 
  • que nós humanos somos todos
  • Como folhas da mesma arvore da vida
  • Assegurando a natureza que um dia
  • Não sabendo quando chegara
  • A esperança de uma vida melhor  para  todos 
  • Enquanto ela durar
  •  
  •  Nao aprendemos nada com a  natureza
  • e caminhamos sem rumo
  • pelo destino que nos guia
  • Não meditando sobre ele
  • Nem estando atento ao caminho
  •  
  • Nao há nada mais vazio
  • Que um futuro sem esperança e sem sonhos
  • E vamos andando perdidos dia a dia
  • Aguardando ser encontrados
  • Pelo amor de Deus em nós
  • Acreditando o coraçao 
  • Que virá a hora  que irá  chegar a esperança
  • Com a divina graça de Deus
  • Num amor infinito

de: Fernando Ramos

  • 15.5.2025

 


11.05.25

 

  • 1102 - MAR DE BOM CHÃO
  •  
  • Lembro bem dentro da minha saudade
  • Os gostos marcantes da minha vida
  • Alguns, os guardo com felicidade
  • Bem escondidinhos em minha guarida
  •  
  • Na saudade chega o som da Natureza
  • E sinto no ar o cheiro da flores     
  • Ela me transporta esses momentos de beleza
  • No meio do silêncio dos seus odores 
  •  
  • Faz-me recordar que ninguém é perfeito
  • E só quem a sente sabe o que é doer
  • A minha, nunca foi fácil e nela não me deito
  • E com ela terei de sempre viver
  • E, quando as dores da luta se vão amontoando
    Sem que do passado nada se possa fazer
    Há que ser forte nas palavras, não chorando
    Nem desistindo de nós, por não haver palavras a dizer
  •  
  • Na saudade gosto recordar as palavras boas
  • E ainda hoje, também as gosto de ouvir
  • E desse feito nunca irei gritar loas
  • Porque embora, elas também podem ir
  •  
  • Dentro da saudade guardo o gosto p´lo mar
  • E do pôr do sol nas tardes de verão
  • Essa hora, é a boa para me entregar
  • À onda livre do mar, de bom chão
  •  
  • Onde nunca existirá uma onda igual
  • mesmo que o mar nos deixe aflito
  • Lutando com ela até ao final
  • Nem que nos leve habitar no infinito
  •  
  • de: Fernando Ramos


09.05.25

1101.jpg

 

1101 - ESCRITO NO CORAÇAO

  • Está escrito no coraçao
  • Por não haver onde escrever
  • Que a humildade não é ilusão
  • Quando partilhamos com o outro
  • O pouco para comer
  • E no coraçao continua escrito
  • Que o mais puro prazer
  • É a nossa loucura de partilhar
  • O pouco nada que a vida tem
  • para oferecer
  •  
  • De: Fernando Ramos
  •  

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