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FERNANDO RAMOS

Minha Poesia


29.07.24

 

 

1034.jpeg

 

  •  1034 -  SOFRER DE SOLIDÃO
  •   
  • Não procurar novos caminhos
    Não olhar o sorriso das crianças,
    Ou não ouvir o cantar do rouxinol
    Certamente sofre de solidão
  •  
  • Quem percorre as mesmas ruas
    Os mesmos lugares
    E não tem o prazer de sentir emoção
    De uma obra de Mozartt
    Certamente sofre de solidão
  •  
  • Quem nunca muda
    Mesmo com o passar dos tempos
    E se transforma um ser desconfiado
    Rebelde, e de mau humor constante
    Certamente sofre de solidão
  •  
  • Quem não sente a chama da paixão
    Ou não amou uma única vez
    Ou não teve um sonho de prazer
    Pobre coitado...
    Certamente sofre de solidão
  •  
  • Não sofras mais de solidão
    Abre teu coração ao mundo
    Abre teu sorriso à natureza
    E vem ouvir o riacho
    Que se calhar esteve sempre lá
    Bem próximo de tua porta
    Vem ver o doce florescer das orquídeas
    O esplendoroso amanhecer na primavera
    Vem ver a cor do arco Íris
    Que a vida também nos presenteia
  •  
  • Ouve teu coração, vem ouvir os outros
    Que não sofrem o teu isolamento
    Procura ser feliz nas pequenas coisas
    Que a vida nos regala, e certamente
  • Nunca terás  o sofrimento da solidão!
  •   
  • De. Fernando Ramos
     
  •  
  •  


27.07.24

 

1033.jpg

  • SÓ ME PEDIAM EXPERIENCIA
  •  
  • Subi as arvores quando menino
  • E comia seus saborosos frutos
    Como doces iogurtes
    E quando menino comecei a trabalhar
    E ainda sonhava ser tanta coisa... Tanta coisa
    Até bombeiro, Mágico e Policia
    E quem não o queria ser quando menino?
  • Subi e desci montanhas por trilhos diferentes
    Talvez os menos certos
    Roubei beijos de paixão e outros de ocasião
    Fiz juras de amor que nunca cumpria
    E hoje meu coração bate
    Ao compasso dessa saudade
    Comi o pão que o Diabo amassou
    Que a mim fez bem, e mal
    Mas me moldou como homem
  • Chorei com meus pais nas lamentações
    Tentando conforta-los mas não conseguia
    Já bebi até cair num poço de amargura
    E tive amigos e alguns inimigos
    E lutei para conseguir um ganha pão
    E já fui feliz por coisas de nada
  • Já percorri alguns malefícios da vida
    Já me aconselhei com a noite escura
    Já perguntei às Estrelas pela minha paz
    Já senti a guerra bem perto
    E o cheiro da desgraça
    Já vi o sangue que não era meu
    Numa luta estúpida que levou a nada
    Já fui infeliz por pequenas coisas
  • Conheci mundo ingrato e reles
    Já tive receio de sombras e fantasmas
    Deles fugi de medo e com respeito
    Já senti o agridoce da maldade
    Da insegurança, da solidão e da fúria
    Já trabalhei tanto para sobreviver
    Fazendo tudo que devia e não devia
  • Já fui jardineiro em meus jardins de sonhos
    E em sua relva me deitei até amanhecer
    Já fui expulso e explorado na dignidade
    Já chorei por amigos do coração
    E tanto naveguei num mar de ir e vir
    Procurando um porto
    Talvez o meu bom porto
  • Tanto corri em busca de um salário
    Pisando a calçada da vida      
    Suplicando apenas por um trabalho
    E só me pediam experiência
    Mas qual experiência?
  •  
  • De: Fernando Ramos
     


25.07.24

 

1032-1.jpg

 

1032-2.jpg

 

1032 - AMIGOS DE TODA A EXISTENCIA

  • Cruzam-se pessoas p’la nossa vida

E a casualidade desse caminho
Por vezes nos deixam felizes
Algumas delas seguem a nosso lado
Fazendo parte de nossa existência
Que se prolonga pelo tempo
que arduamente percorremos

 

Todas elas são verdadeiros amigos
Intimamente, ou apenas amigos
E entre elas há todo tipo de amizades
Que são como folhas
Da árvore que nós somos
E as mais fortes tornam-se mesmo
Troncos dessa mesma árvore

 

As árvores mais preciosas e valiosas
São os nossos pais
Esses que em qualquer momento
Em qualquer situação nos contemplam
São eles os mais fieis e fortes amigos
São eles que nos mostram o agridoce
De toda a nossa vida desde o inicio
Da nossa existência até nos tornarmos
Outra árvore bem sustentada

 

E nesse percurso por vezes surgem
Outros ramos, ou seja novos
E fortes ramos da nossa árvore
Que são os irmãos e os filhos
E estes quando recém nascidos
Nos seguram com altiva impaciência
O nosso dedo
Admirando-nos em silencio
Tendo-nos presos p'ra toda a vida

E nós com eles partilhamos
O nosso espaço para que floresçam
E se tornem fortes como novas árvores
Desta natureza humana
Eles são as folhas que atravessam
O nosso tempo, que vendo bem
É tão curto, e nós os respeitamos
Num olhar que por vezes
Diz mais que um jorro de palavras
Distribuído brilho carinho e amor

 

O destino leva-nos a conhecer
Outros amigos que aparecem
Os quais nem imaginávamos
Que os iríamos conhecer
Muitos deles fazem parte da alma
Da nossa árvore e que moram
Bem dentro do nosso coração
Alguns conhecem-nos tão bem
Que nas nossas muitas fadigas
Sabem qual é a altura
Que precisamos de seu ombro
Sendo eles nossos amigos sinceros
Que trazem brilho a nossos olhos
E um sorriso a nossos lábios
Sempre que se encontram juntos de nós
E quando estão bem longe
Por vezes sorrimos na mesma
Sempre na esperança que apareça
Essa folha que guardamos no coração
E anda por aí ao sabor da ventania
Que é o percurso de suas vidas

 

Nosso tempo vai passando
Entre primaveras e Invernos
E nesse percurso aprendemos
Que se nos importámos
Com rancores e amarguras
A felicidade vai para outra árvore
Se calhar menos envolvente
Bem menos importante

E no Outono da nossa vida
Nossa árvore está mais frágil
Passando nós, a folha vagabunda
Que vai no vento eterno
A caminho de outras estações
Aguardando nós
Que nossos troncos, ramos e folhas
Mais tarde se alojem profundamente
Na nossa raiz eterna

Fernando Ramos
10.10.2008

 

 
 

 


23.07.24

 

1031.jpg

 

1031 - TER BOM SENSO

 Hoje bem difíceis são os tempos
Na vida de todas as pessoas
Muitos problemas, muitos lamentos
E nada é fácil p’ra certas coisas boas
Que ofereceriam algum bem estar
Coisas que não chegam e vão rareando mais
E o bom senso era um bem, e está a faltar
Em momentos tão importantes e capitais

 

Ele é a melhor e maior lição de vida
Que a raça humana pode contar
Com o bom senso vem magia contida
De sabermos escutar, ver e aceitar
E as regras são fáceis e normais
E  não lhes atribuímos o devido valor
Criamos situações, algumas imorais
Em oportunidades de menos senso e pudor

 

Bom senso, é que se deveria ter
Quando analisadas difíceis ocasiões
Quase sempre precipitamo-nos sem saber
E num futuro aparecem as lamentações
Mas a confiança é sinal de bom senso
E ela nos dá quase a certeza
De um julgamento que é propenso
Pró bom senso sustentar sua grandeza

 

Fernando Ramos
 


21.07.24

 

 

1030.jpg

 

O OUTONO E A VIDA

  • Outono, estação da melancolia
  • Dizem alguns
    Mas se observar bem...
    Celebre cada seu dia
    Entrando em contacto com a Natureza
    Toque-a, respeite-a e ame-a
    Ao faze-lo, estará a fazer o mesmo consigo
    Respeite-se, e ame sempre 
    Mesmo no Outono da sua vida
    Se o fizer, verá que esses dias
    Não serão de tédio
    Nem tão pouco melancólicos assim
    Nesses dias de negras nuvens seja criativo
    Sempre ajuda a preparar metas
    Alcançáveis dessa estação
    Como olhar o mar em dias de chuva
    Ouvindo o sussurro das ondas
    Ou admirar o silêncio
    Lembrando-se de um acorde
    Duma partitura famosa
    Ou até passear por lugares onde não vai
    Nem nas outras estações do ano
    Verá, e descobrirá que o Outono
    Não estará assim na funda melancolia
  • Como alguns amigos nos querem fazer querer
  • Nesta Estação, onde a folha caí
  • Plante otimismo, alegrias e esperança
    Procurando um lugar só para si
    E medite saboreando dias menos soalheiros
    Medite olhando os jardins, e verá
    Que acaba por encontrar a paz interior
    Num Outono que também é dono
    De dias de sol formoso
    Dias que uma vida inteira procurou
    Relaxe e descubra a alegria
    Nos pequenos nadas
    Que nunca notou na esplendorosa Primavera
    Brinque no Outono, brinque com ele
    Porque se pensar bem, deve precisar
    Para encarar um tempo frio que se aproxima
    E isso certamente o ajudará a ultrapassar barreiras
    Que lhe parecem intransponíveis no Inverno
    E vá buscar o prazer de se encontrar consigo
    Lembrando-se sempre... No Outono
    Ou em qualquer outra estação do ano
    Nunca deve perder o gozo de se encantar
  • Nem carregue aos ombros o mau humor
  • Tristezas, ou o nó bem apertado
    Da tal melancolia que dizem ser do Outono
  • Sorria, porque sorrir espanta a tristeza
    Ele, é só mais uma Estação, apaixone-se
    Seja feliz nele, e isso só depende de si
    Mais do que pensa
    E verá que o começo do Outono
    É só o prenúncio do final do Verão
    Nas suas faces belas
    Que aparece para perseguir o ciclo da vida
    Da sua vida
  •  
  • de : Fernando Ramos
     

 


19.07.24

 

 

1029.jpg

 

SE TIVESSE TEMPO

  • Se tivesse tempo
  • Lia e relia imagens de bons autores
    Escrevia a alma, a vida e a noite
    Declamava poetas do meu tempo
    E passeava por belos caminhos
    De sentido único
    Que me levavam a todo lado
    E a lugar nenhum p´los relógios do sol
    Sorria e meditava do passado
    Transmitindo toda essa experiência
    Pintava as mais lindas aguarelas
    Nas cores do arco Íris com cheiro da vida
    E da natureza agora amordaçada
    E ao som dum sussurro de amor
    Escutava o coração
  •  
  • Se tivesse tempo
    Procurava o sentimento
    Do escultor e do poeta
    Cinzelava e escrevia
    As mais lindas letras do universo
    Escutava o vento e olhava a chuva
    Num inverno de solidão
    Entre vidros perfeitos de transparência
    Chorava para que a alma não doa
    Ao ver o mendigo abandonado
    Olhava as púrpuras folhas rosas
    E me deslumbrava por tanta beleza
    Tentava não morrer cansado
    De ingratidão, e da injustiça
    Que me acompanha na apocalipse
    Do lamento no dia a dia
    E não teria nenhuma pressa
    De chegar a novo mundo
    Na eternidade esperada
  •  
  • De: Fernando Ramos


17.07.24

 

1028.jpg

 

1028 - BEM ESTAR DAS PALAVRAS

  • Aparecem belas palavras
  • Na luz eterna e deslumbrante
    Separadas por um ponto
    Ou uma pequena virgula
    Onde algumas caem em frases
    De enorme esplendor
  • E no fim de um dia agreste
  • Surgem em pensamento
    Palavras que se erguem num poema
    Simples mas rico de amor
    Sobre um fundo espiritual 
  •  
  • É assim o bem estar das palavras
    Povoadas e ditas de coração
    Aberto e solidário
    É como poesia simples
    Que se compõe na imaginação
    Dum poeta errante apaixonado
  •  
  • Ele apenas reclama entregar
    Um pouco do seu raro talento
    Para alguém que num dia
    Ou numa noite o espera
    Rodeada de estrelas brilhantes
  •  
  • Nem que seja também na noite
    De finíssima orvalhada
    Onde as belas palavras
    Se estende por um campo silvestre
    Onde se sentem bem
    E timidamente sonantes
  •  
  • Mas também se sentem puras
    E dão abrigo a um coração
    Que aguarda por um pouco
    Dessas belas palavras
    Escritas num livro
    No calor da poesia
  •  
  • de: Fernando Ramos
     


14.07.24

 

1027 fr.jpg

 

1027 - DIGAM O QUE DISSEREM

  •  Digam de mim o que disserem
  • Que pouco me importarei
  • Invejoso, aldrabão, calão e filho da mãe
  • Pouco me importa tamanho desdém
  •  
  • Eles que ardem na vergonhosa Injustiça
  • Que pouco me importarei
  • Não serei o que de mim disserem
  • Hipócrita, mentiroso e até bêbado
  • Isso pouco me importará
  • Nunca serei o que disserem 
  • E a calúnia não admitirei
  • Não passam de falsas mentiras
  •  
  • Serem desonesto é que não permitirei
  • Não aceito que envenenem
  • Minha honra e dignidade
  • O resto do que mal disserem
  • São apenas palavras abstratas    
  •  
  • Quanto mais mal de mim falarem
  • Mais eu engradeço em sériedade
  • As vossas mentiras leva-as o vento
  • As verdades ficarão sempre comigo
  • E a maldade fica-vos dentro
  • Bem dentro do desprezo que merecem
  • E digam de mim o que disserem
  • A minha verdade p´ra eternidade continuará!
  •  
  • de: Fernando Ramos
  •  
  •  
  •  
  •  
  •  
  •  
  •  
  •  
  •  
  •  
  •  
  •  
  •  
  •  
  •  


12.07.24

 

1026.jpg

 

1026 - CARTA DOS EX-COMBATENTES

 Fomos soldados da Pátria imortal

Heróis dum nobre povo valente
Suportámos políticos num pedestal
P’las brumas da memória comovente
Eles hoje não elevam sua voz
Em defesa dos rostos agora caídos
Oferecem-nos injustiça atroz
Quando precisamos, somos preteridos

No combate fomos guiados à vitória
E ainda p’la pátria lutamos, lutamos
Hoje resta o sonho dessa glória
E na luta contra o infortúnio, Marchamos, Marchamos
Ex-Combatentes, erguem seu grito bem alto
Libertando do coração a verdade brutal
Espera-lhes a indiferença neste feio asfalto
Quando apenas, defenderam Portugal

E nesta Nação por nós tão amada
Oportunistas dela, pouco se importam
Oferecem a promessa dissimulada
Que nossa dignidade não confortam
Demos o peito, a alma e o coração
Como em anos se encontram registados
Já choramos a lágrima desta razão
Na gloriosa farda de Militares honrados

De: Fernando Ramos
 

 

 


11.07.24

 

1025.jpeg

 

  • 1025 . A COMPANHIA DA LUA
  •  
  • Sou um homem livre
  • E a rua é meu casario
  • Ela que nunca se prive
  • Da liberdade que é meu rio
  • Vivo desamparado e triste
  • Na rua de gente séria
  • E o luar da noite assiste
  • Á minha terrivel miséria
  •  
  • Ela me faz tremer de frio
  • É um inferno a toda a hora
  • Nele fico gelado e não rio
  • É dor que não vai embora
  • Até a ave que livre voa
  • Á noite vai pró seu ninho
  • E eu num final de tarde boa
  • Apenas me resta um cantinho
  •  
  • Que não é longe nem perto
  • Mas ele é meu destino
  • Só desejo que seja o certo
  • Senão a noite é um desatino
  •  
  • Nela vejo uns olhos bonitos
  • Duma clareza de arrepiar
  • São da Lua e deixa os meus aflitos
  • Porque seu olhar me faz pensar
  •  
  • Sua beleza é de tal maneira
  • Que meus olhos deslumbra
  • Aquele Luar faz brincadeira
  • Dançando com os meu a rumba
  •  
  • E nesta liberdade da rua viver
  • Resta-me a companhia da Lua
  • É a única que está a saber
  • Da minha pobreza nua e crua
  •  
  • Neste meu constante desespero
  • É a liberdade que me faz viver
  • A rua é o meu aconchego
  • E a lua não me dixa morrer
  •  
  • de: Fernando Ramos
  •  

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

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