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- 860 - OS AMIGOS DA POBREZA - 1
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- Os Banqueiros do mundo inteiro
- Decidiram num um acto de coragem
- Organizar um evento
- Resolvendo convidar a sumidade
- Da alta finança e da sacanagem
- Para alimentar a pobreza
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- A mesma pobreza que anos a fio
- Não deixa de entregar
- As suas parcas moedas,
- Provenientes dos seus magros salários
- À guarda dos referidos Banqueiros
- Pessoas impolutas e insuspeitas
- Afirmo eu desde já!
- P´ra que, caridosamente se ajuda-se os pobres
- A gerirem sua vida de forma agradável, como:
- Empestando-lhes dinheiro, e mais dinheiro
- Nem Mais!
- E, entregando-lhes cartões de crédito
- Se possível, em quantidade apreciável
- Sempre a troco de pouca coisa
- Só… da hipoteca da sua habitação
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- Os Banqueiros então resolveram
- Generosamente organizar um grande
- Jantar dançante
- E para os ajudar nas despesas
- Que iriam ter com os pobres
- Convidaram uns amigos!
- Alguns Presidentes e ministros,
- Que são, quem sempre está disponível
- Em ajudar com o dinheiro dos impostos
- Da pobreza (claro!).
- Algum Banqueiro que esteja em dificuldade
- Para não levar o banco à falência
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- Convidaram também, e merecidamente diga-se
- Quase todos os especuladores,
- E até alguns traficantes de toda a espécie,
- Tudo gente de elevado nível, social e até cultural
- E tudo isto em homenagem aos pobres
- Quem generosamente tem engordado
- Anos, e anos seguidos… os Banqueiros.
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Foi também convidado para a festança
- A imprensa, escrita e televisionada
- Pois o mundo deveria de ter conhecimento
- de tal acto generoso promovido pelos Banqueiros.
- Tudo em directo para todos os países
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- Realizou-se o Jantar e dançou-se o Rock,
- O Fank, o Tango, o Tiro-liro-liro e até o Samba
- E ficou acordado entre os Banqueiros
- Que o dinheiro ali realizado, (claro depois de deduzida
- As respectivas despesas), seria para ser
- Investido num fundo a 20 anos,
- Para no fim desse tempo, se ainda houvesse dinheiro
- Se comprar arroz, legumes, batatas e pilhas eléctricas
- Para auxiliar a pobreza, e se ainda sobra-se
- Uns dinheiritos, os Banqueiros por cortesia
- Abriam uma conta nos seus bancos
- A todos os pedintes, sem abrigos e arrumadores
- A fim de depositarem as suas economias diárias.
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- Realizou-se o jantar, dançou-se comeu-se muito bem
- Bebeu-se whisky, uns conhaques
- Um champanhe Francês, e ainda
- Se ofereceu-se umas “ganzas” à mistura,
- Tudo em favor dos pobrezinhos do planeta
- Foi muito bonito e comovente ver os Banqueiros felizes,
- Por terem realizado com êxito tamanha solidariedade
- No final da Jantarada dançante cantou-se o hino do Capital
- E gritou-se vivas e loas aos grandes amigos
- Da pobreza... OS BANQUEIROS
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- de: Fernando Ramos