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FERNANDO RAMOS

Minha Poesia


30.06.23

 

854.jpg

LISBOA É MINHA E TUA

  • Lisboa cidade de encanto

Tanto em dias frios e quentes

Por ela a voz eu levanto

Quando mal diz tristes mentes

 

Vagueio por minha Lisboa

Calcorreando sua calçada

E ao fim da tarde boa

Eu a abraço com amizade

Vejo que a cidade dos poetas

É saudosamente chorada

Trespassando peitos como setas

Quando à distancia é lembrada

 

Na sua sábia sabedoria

Gentes se abeiram do Tejo, sua luz

Ali aguardam que a maresia

Chegue à bela cidade que seduz

Ela é a inspiração da vida

Que percorre o caminho do sol

Sua alma não vai sofrida

No rio que não é triste, nem mole

 

Lisboa do povo bom

Que bem longe foi descobridor

Para lá levava o rico dom

Do seu Tejo protector

 

Nesta terra de céu azul claro

Onde o sol distribui alegria

A ele ninguém faz mau reparo

Porque é da Lisboa linda e de magia

 

Lisboa é de gente, que ama gente

Que a visita e a leva na saudade

Como um tesouro porque sente

Seu coração arfando pela cidade 

 

Lisboa é minha, e tua

E de heróis de boa memória

À noite, beija as estrelas e a lua

Sorrindo p´ra sua bonita história

 

de: Fernando Ramos


28.06.23

 

853 (2).jpg

  • GLORIOSO TANGO
  • Dançamos o glorioso tango
  • Talvez o ultimo, meu amor
  • Enrolados nos compassos
  • Em doce malícia sem pudor
  •  
  • Dançamos, dançamos o tango
  • Que é meu, teu e do mundo
  • Cheios de ardor e afeição
  • Mergulhados no esplendor
  • Do sentimento terno e profundo
  •  
  • Ele é o puro símbolo final
  • De toda nossa consternação
  • Giramos, giramos em belos passos
  • Perdendo-se no palco da emoção
  •  
  • Dançamos, dançamos
  • Nosso último tango
  • Restando apenas sombras
  • De ondulados corpos
  • Nas paredes iluminadas p’lo luar
  • E no chão da curiosa Lua
  • Ficarão gravados os passos
  • Que no futuro irão despertar
  • A imaginação nua e crua
  •  
  • Dancemos, dancemos meu amor
  • Dancemos até à exaustão
  • Trocando passos ritmados
  • P’lo batuque sereno e cansado
  • De nosso pobre coração
  •  
  • De: Fernando Ramos


26.06.23

852 (2).jpg

 CHORO CONSUMIDO

  • Dos valentes regista a história
  • A sua heróica postura
  • Da guerra de triste memória
  • Resta apenas raiva e loucura
  •  
  • E com mágoas se relembra
  • A Guerra que nunca é nula
  • Porquê, porquê tal contenda
  • Rica de ambição, desprezo e gula
  •  
  • Um louco na história apareceu
  • Na Europa que se julgava de bem
  • Matou esperanças mas não venceu
  • E o mundo apelou à razão, sua mãe
  •  
  • Agora longe desse tempo
  • Ainda se aguarda melhoras
  • E neste passar tão lento
  • Vai na memória más horas
  •  
  • Mil lágrimas caídas
  • Dessa máscara tão nocturna
  • Muitas vidas foram sumidas
  • Por negra repelente figura
  •  
  • Dessa guerra sem sentido
  • Uma geração foi perdida
  • No seu choro consumido
  • Gritava-se paz, então conseguida
  •  
  • Do homem fica o pesadelo
  • Do seu acto vil e feroz
  • Pacifista precisa saber sê-lo
  • Para não voltar a ferida tão atroz
  •  
  • De: Fernando Ramos


24.06.23

 

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851 - 2 (2).jpg

AQUELE TEMPO

  •  
  • Nasci num tempo onde a vida
  • Não era feita nesta correria infernal
  • Nasci no tempo onde se podia
  • Brincar na rua saltando à corda
  • Jogar à bola, ao berlinde, e até lançar o peão
  • Sou do tempo de ler o cavaleiro Andante
  • O mundo de Aventuras
  • Os heróis Bill the Kid, e o Bufalo Bill
  • Dum tempo que se passeava p´los campos
  • E se conversava rodeado de doces cheiros
  • De tranquilidade, e dos lindos pavões
  • Que em liberdade passeavam pelo
  • Jardim do Campo Grande de Lisboa
  •  
  • Nasci num tempo onde a natureza
  • Em cada pequeno pedaço nos oferecia
  • O prazer de olhar as lindas flores
  • E onde pares de namorados nos bancos
  • Do jardim confessavam seu eterno amor
  • Na braseira da paixão, sem incomodo
  • Sou do tempo...
  • Onde não havia comida enlatada
  • Congelada, e sem sabor
  • E tenho quase a certeza
  • Que não havia crianças tão gordas
  • E de falsa abastança
  •  
  • Nasci antes da informática,
  • Tantos tinham trabalho
  • Nem que fosse a cultivar
  • Aqueles figos, e aquelas ameixas tão gulosas
  • Que nós miúdos tanto gostávamos
  • Que bom ser do tempo onde os pêssegos
  • Cheiravam tão bem
  • Que bom que era ser do tempo da fruta saborosa
  • Ser do tempo onde tudo era descoberta
  • E nós gostávamos tanto, tanto
  • Do tempo do nascimento dos Beatles
  • Do aparecimento das calças de ganga
  •  
  • Sei que nasci num tempo de alguma fome
  • Mas será que hoje esse tempo não existe?
  • Será que hoje não haverá mais fome
  • A nova miséria não andará encoberta?
  • Nesse tempo estava tudo à vista
  • Tudo era claro, tudo era honesto
  • A palavra dada ou um aperto de mão valia ouro
  • Nasci naquele tempo...
  • Agora a lágrima cai só de nele pensar
  • Que aconteceu meu Deus!
  • Estarei tão velho que agora pergunto
  • Que é feito desse tempo
  • Que tempos são os de hoje?
  •  
  • De: Fernando Ramos


22.06.23

 

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  • CHICA MORENA
  •  
  • Na Adega da Chica, morena
    Passo horas de ricos momentos
    Ali ambiciono a paz serena
    Mergulhando em bons pensamentos
  •  
  • Agarrado à minha viola
    Canto, canto até o dia raiar
    Na noite meu espirito se consola
    Em quadras que a morena está amar
  •  
  • Chica, não chores das minhas baladas
    Elas são dores da alma, e meu receio
    P’ra ti as canto p’las velhas calçadas
    Entre o povo que é o nosso meio
  •  
  • De meus lábios brotam poemas
    Em frases embriagadas e desvairadas
    Que são para ti Chica... E apenas
    Os guardes como páginas sagradas
  •  
  • Elas são nossos beijos, e doces gemidos
    Trocados quando sós na velha adega
    Deles ficamos tontos e tão unidos
    Tornando-se poesia que a vida carrega
  •  
  • E nessa adega de meu canto
    Ouves as baladas de meu clamor
    São a minha vida num belo pranto
    P’ra teu coração feliz de amor
  •  

De: Fernando Ramos


21.06.23

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  • DEUSA
  • Vejo a deusa dum templo Grego
  • Banhando-se nos raios da lua
  • É a mais linda da noite nua
  • Entre estrelas em desassossego
  •  
  • Em meu coração vai um suplício
  • Por olhar tal quadro cativante
  • Dessa linda Deusa deslumbrante
  • Que me leva de amor ao precipício
  •  
  • Vão ânsias dentro de mim
  • Pela sublime Deusa desejada
  • E numa noite desesperada
  • Uma estrela e a lua p´ra mim sorri  
  •  
  • Neste meu aconchego solitário
  • Não esqueço a graça e simplicidade
  • Que na Deusa não será casualidade  
  • Mas para mim é a eterna felicidade
  •  
  • De Fernando Ramos


19.06.23

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  • NOITE DE PRIMAVERA

 Numa noite de primavera

Andei por Lisboa

Percorrendo as velhas vielas e calçadas

E nesse mês de florescerem 

As sementes na terra

Ouvi na tasca bem velhinha

Desta briosa e linda cidade

O som da guitarra

Chorar teimosos trinados

As gentes ouviam

E se emocionavam

Num fado triste e negro

Tão negro como um céu sem luar

E no final da noite de primavera

P’la manhãzinha

Quando o sol desponta

As primeiras flores sorriam

Sorriam de felicidade

Da vida, da guitarra, e da fadista

Da tão castiça Lisboa

E o povo aquela hora

Ainda mal desperto

Vai num vaivém

Pró seu destino intimista

Fazendo contas, e murmurando

Como dando os bons dias à vida

E à doce manhã que chega

Pelo final da noite de primavera

Depois de tanta coisa boa ter acontecido

 

De Fernando Ramos


17.06.23

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  • UM BOCADINHO ASSIM

À loucura falta um bocadinho assim

Para se encontrar na alegria e no amor

E de braço dado com a vida vai por aí

Com a timidez, a insegurança e a dor

 

Também leva euforia e o medo

Neste manicómio que é a vida

Traz tantos dissabores e enredo

Até à morte que vem ligeira e decidida

 

A timidez, timidamente aparece

Nesta encruzilhada de sentimentos

É envergonhada e por vezes lhe apetece

Esconder-se dos tristes maus momentos

 

A loucura lá segue bem acompanhada

Surgindo percalços aqui, acolá e ali

Leva a esperança que é companheira e fada

E lhe mostra o amor, no tal bocadinho assim

 

De: Fernando Ramos


15.06.23

 

846 (2).jpg

 PERGAMINHOS

  •  
  • A minha violência de paixão
  • Não faz parte de teus caminhos
  • Meu peito sofrendo, bateu na ilusão
  • Gravou a carência em pergaminhos
  •  
  • Neste meloso assombro de amor
  • Esperei, esperei perdidamente
  • Não me quiseste, veio a dor
  • Dizes que te sou indiferente
  •  
  • P`ra mim,  nada mais resta
  • Senão a penosa consternação
  • Quando poderia ter sido uma festa
  •  
  • P’ra meu amor que dá poema
  • Rejeitado por teu coração
  • Soluçando agora por tanta pena
  •  
  • De: Fernando ramos


14.06.23

 

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PRAIA DA COELHA

  • Meus olhos se fixam no mar
  • Que enrola na areia sem dor
  • Vai deliciando meu olhar
  • Com sua cor de primor
  •  
  • E no vai, vai da onda
  • Acabando na praia pequena
  • Trás espuma curta e longa
  • Na maresia de ouro, e serena
  •  
  • A praia da coelha é mansa
  • Lá o mar lava a alma
  • Ali se passa um dia de truz
  • Calcorreando a areia que não cansa
  • Porque é fina doirada e seduz
  •  
  • E no caminho que nos leva de volta
  • Para trás fica a coelha de ouro
  • De satisfação nosso coração solta
  • Um ai, ai p’la praia de rico tesouro
  •  
  • Neste regresso a casa
  • Evadidos somos p’la saudade
  • A coelha em nosso peito laça
  • O dia gozado em liberdade
  •  
  • E a noite chega de mansinho
  • Na praia de tanta alegria
  • Onde a onda leva devagarinho
  • O sonho na crista de fantasia
  •  
  • Minha doce praia da coelha
  • Do nativo e do turista amigo
  • Teu destino a natureza aconselha
  • Magia num amor correspondido
  •  
  • Nesta baia bela de rochas nas pontas
  • De entardeceres soberbos e brilhantes
  • Deixam as cigarras felizes e tontas
  • Maravilhando-nos com seus cantantes
  •  
  • Ó minha linda praia amiga
  • Belo pedaço de Deus
  • Nos presenteias sem fadiga
  • A beleza amada por olhos meus
  •  
  • De: Fernando Ramos

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