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FERNANDO RAMOS

Minha Poesia

FERNANDO RAMOS

Minha Poesia

818 - CHOVEM BEIJOS DE AMOR

Fernando Ramos, 30.03.23

 

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CHOVEM BEIJOS DE AMOR

Teu sorriso soa em minha alma

Na harmonia que o maestro levanta

Inunda meu peito e o palpitar se acalma

Em tanta angustia melada, tanta... tanta

 

Esse teu sorriso que me dá perdição

Murmura ao vento levantando vagas

Num mar de amor pertinho do coração

Esconde beijos vestidos de pratas

 

De mil raios chovem desejos de amor

Perdidos em teus lábios gostosos

Caindo por terra num forte tremor

Aromas teus, como beijos melosos

 

É com espanto e tanta fantasia

Que meu penetrante olhar bem vigia

A tua boca bela de minha tontaria

P’lo brilhar da noite até ao raiar do dia

     

E no imenso azul de total luar

Beijamo-nos rendidos de olhos cerrados

Com nossos lábios quase a murmurar

Doces momentos tão perfumados

 

E uiva o vento num feliz tormento

Buscando beleza em teu sorriso maroto

Desfraldam velas e Naus não aguentam

O mar de beijos que por teus lábios solto

 

De: Fernando Ramos

817 - LEVARAM MEU ANJO

Fernando Ramos, 29.03.23
  •  

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  • LEVARAM MEU ANJO
  •  

    Levaram meu Anjo
    Levaram-me a vida
    Ficou a maldita dor
    A raiva, o desespero

    Mas Porquê?


    Porquê esta loucura
    Porquê esta brutalidade!

    Meu coração sangra
    Como lava incandescente
    De um vulcão sangrando ódio
    Por quem não conheço

     

    Porquê, meu Deus
    Mas Porquê esta tortura?
    Pararam minha existência
    Pararam meu tempo
    Pararam meu sopro

    Resta-me a esperança
    Só a esperança


    Que o coração cruel
    Devolva meu Anjo

    Roubou-me a liberdade
    A minha estrela
    Roubou-me o sal da vida
    Trouxe-me a dor
    Que baila em meu olhar

     

    Porquê, meu Deus?

    Mas porquê
    Este sofrimento
    Porquê este gostar
    De fazer doer
    Porquê este prazer mórbido
    De quem não sabe
    O que é o amor?

     

    (P'ra mães 
    de filhos raptados)

     

  • De: Fernando Ramos

816 -TEU AMOR É O RUM

Fernando Ramos, 27.03.23

 

 

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  •  TEU AMOR É O RUM
  •  
  • "Diz lá, diz lá meu bem
    Porque bebes tanto Rum
    O ciúme te persegue, bem sei
    Mas o meu amor, és tu"
  •  
  • Nesse teu mergulhar em bebida
    Fazes-me sofrer sem razão
    Há muito me sinto perdida
    Por fazeres doer meu coração
  • Porquê, porquê tua tristeza
    Se desde novinha que sou tua
    Hoje penso que não foi beleza
    Quando me tinhas à luz da lua
  •  
  • "Diz lá, diz lá meu bem
    Porque bebes tanto Rum
    O ciúme te persegue, bem sei
    Mas o meu amor, és tu"
  •  
  • Estranha tua  atitude tortuosa
    Que me faz cair na solidão
    Agora a noite passa vagarosa
    Quando antes era só emoção
    Meu desespero é tão cruel
    Falta-me tua confiança
    Esse ciúme na nossa vida é fel
    Vai matando o amor de criança
  •  
  • "Diz lá, diz lá meu bem
    Porque bebes tanto Rum
    O ciúme te persegue, bem sei
    Mas o meu amor, és tu"
  •  
  • Agora, teu amor é o Rum
    Bebida da tua destruição
    Ele te consome, e não sofre só um
    Pois eu vivo em total consternação
    Esta maldita maleita te alcançou
    Como lamina de dor na nossa vida
    Toda esta angústia me cansou
    E o coração, não sara esta ferida
  •  
  • "Diz lá, diz lá meu bem
    Porque bebes tanto Rum
    O ciúme te persegue, bem sei
    Mas o meu amor, és tu"
  •  

De: Fernando Ramos

815 - GUITARRA VAIDOSA

Fernando Ramos, 26.03.23
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  •  GUITARRA VAIDOSA
  •  
  • A nossa guitarra é vaidosa
  • Põem-se bonita ao trinar
  • Para a doce voz virtuosa
  • Que dela se faz acompanhar
  •  
  • Suas cordas são puro ouro
  • Tão macias como cetim
  • Dedilha-se este belo tesouro
  • Em fados de amor e dor ruim
  •  
  • Tanta riqueza, trina a coragem        
  • Diz o povo sentindo-a nos fados
  • Poetas oferecem vassalagem       
  • Em poemas de amores agitados
  •  
  • Do Tejo partiram Naus e Caravelas
  • Levando guitarras e guitarristas
  • Pró mundo novo à luz das velas
  • Ouvirem os Marinheiros fadistas
  •  
  • Que num brioso e castiço fado
  • Cumpriam a nobre missão
  • Tocavam a dor, o amor e o pecado
  • Que lhes morava pertinho do coração
  •  
  • Os bairros amam a sua guitarra
  • E os fadistas choram com ela
  • Uma voz ardente a ela se amarra
  • P’lo povo que a bebe à janela
  •  
  • E na sua vaidade de trinar
  • Ela sorri p’ra noite e pró dia
  • Com fadistas a maravilhar
  • O turista, o povo e a fidalguia
  •  
  • De: Fernando Ramos

814 - BEIJOS PELA TARDINHA

Fernando Ramos, 24.03.23

 

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  • BEIJOS PELA TARDINHA
  • (SONETO)
  • Deste-me beijos pela tardinha
    Por esse encanto me fiquei
    E, em tua boca tão docinha
    Entre suspiros balancei
  •  
  • Nela, subi ao firmamento
    Tal era minha felicidade
    Quero teus lábios todo momento
    E que sabe... P’ra eternidade
  •  
  • Tua boca, é a doce loucura
    E fonte de mel do meu viver
    Teus beijos são pura ternura
  •  
  • P’ra meu doido peito ofegante
    Por tão assombroso prazer
    Que perdido está neste instante
  •  

de: Fernando Ramos

813 - NÃO CHORAIS MAIS

Fernando Ramos, 22.03.23

 

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  • NÃO CHORAIS MAIS
  • Ó vento, não chorais mais
    Minha dor já foi embora
    Tristeza, jamais me calais
    Porque sou feliz nesta hora
  •  
  • Não importa a lágrima que cai
    Não inunda mais minha dor
    Agora é de felicidade que vai
    Na asa do magnifico condor
  •  
  • Momentos maus foram passados
    Em tempos de torpes ilusões
    Nunca mais serão lembrados
    Em meu palco de emoções
  •  
  • Ó vento não chorais mais
    Meus olhos fitam a esperança
    Um amor me aguarda no cais
    P’ra vida me encher de bonança
  •  

de: Fernando Ramos

812 - FEIRA DE VELHARIAS E NOVIDADES

Fernando Ramos, 21.03.23

 

 

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  • FEIRA DE VELHARIAS E NOVIDADES
  •  
  • Toca a lira, trombetas e o oboé
    Na feira de velharias e novidades
    Grita a cigana “chinelas pró pé
    E roupinhas p’ra tantas vaidades”

     

    No mercado tudo é de bom preço
    Dizem feirantes em sua roda viva
    Comprar ali, já é um bom começo
    Mas p’ra alguns uma causa perdida


    As senhoras, regateiam suas compras
    Os maridos, prestam-lhes atenção
    Donzelas, vêem rapazes e ficam tontas
    Elas p’ra eles, são a nobre tentação

     

    Toca a lira, trombetas e o oboé
    Na feira de velharias e novidades
    Grita a cigana “chinelas pró pé
    E roupinhas p’ra tantas vaidades”

     

    E a música na feira é um regalo
    P’ra menina, e pró menino que passa
    Na confusão, ao avô pisam o calo
    Dando ais, p’la pisadela sem graça


    E naquele rodopiar de tempo
    Há de tudo, e outras coisas mais
    Até alegria, que vai no passo lento
    Do militar, e de mais outros tais

    Toca a lira, trombetas e o oboé
    Na feira de velharias e novidades
    Grita a cigana “chinelas pró pé
    E roupinhas p’ra tantas vaidades”

     

  • De: Fernando Ramos

811 - TEU DOCE AMAR

Fernando Ramos, 20.03.23

 

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TEU DOCE AMAR

Meu peito é teu ninho
Por ti ousa, tanto arfar
Nele te deitas devagarinho
Como é doce teu amar

 

Eu tenho um secreto sonho
De contigo um dia viver
Será um engano medonho
Se tal não suceder
Sentirei dor insuportável
Se abandonar este meu querer
Dum amor incomensurável
Que nunca o irei ceder

Meu peito é teu ninho
Por ti ousa, tanto arfar
Nele te deitas devagarinho
Como é doce teu amar

Meu corpo é tua luz
Dizes entre suspiros e beijos
Esse querer tanto me seduz
Numa loucura de desejos
E ouço belas trombetas
Quando estamos bem juntinhos
Nossas noites são notas pretas
Musicando todos os caminhos

 

Meu peito é teu ninho
Por ti ousa, tanto arfar
Nele te deitas devagarinho
Como é doce teu amar

De: Fernando Ramos

810 - VAIS EMBORA

Fernando Ramos, 19.03.23

 

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  • VAIS EMBORA
  • Vais embora minha bela flor
    Sem me dizeres, sem um olhar
    Não mais terei o doce esplendor
    De teus beijos p’ra desfrutar
  •  
  • Partes, fica apenas o recordar
    Bem propenso à minha dor
    Onde a lágrima se irá estatelar
    Em meu rosto sofrido de amor
  •  
  • Meu mundo fica mais pobre
    Vai embora meu enlace
    Perderei a razão nobre
    Que será meu disfarce
  •  
  • Eternamente me lembrarei
    Dos bons pedaços já tidos
    E de saudades chorarei
    P’los bons tempos idos
  •  
  • Fica só meus pobre coração
    E essa tua vontade não muda
    Dizes adeus à minha ilusão
    E a tristeza, meu ser inunda
  •  

De: Fernando Ramos

809 - VIVER NUM CIRCO DE FERAS

Fernando Ramos, 17.03.23

 

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  • VIVER NUM CIRCO DE FERAS
  • Tu ó preso, jamais souberas
    O que é ser arrependido
    Vives num circo de feras
    Como pobre diabo ferido
  •  
  • Viajas entre grades feias
    Tantos bons momentos acesos
    Que se somem p’las cadeias
    P´la mente de tantos presos
  •  
  • A saudades da ilimitada liberdade
    Vagabundeia num espaço pequeno
    Embebida p´la criminalidade
  •  
  • Daqueles homens, agora serenos
    A quem seus futuros traz o medo
    Servido em cálices de venenos
  •  
  • De: Fernando Ramos

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