As linhas que escrevo dos meus poemas Todas estão guardadas no meu baú de memórias P’ra mim elas são como o sorriso dos Anjos que une a natureza. Assim como cada palavra, cada frase, une o meu amor p’la poesia Onde pouco, a pouco vou colocando a imaginação que apenas pretende mostrar minha verdade, ou falar de amor Apesar de escrever, bem ao mal isso pouco importa O que eu escrevendo, é como um feitiço de desejos e emoção que está em mim Sei que não sou dono dos meus poemas, como sei que eles não são de ninguém, mas sim do mundo que me vai lendo Ao expor minha imaginação em páginas e páginas, o faço numa louca corrida, como se fosse ao lado de um cavalo sem brida, que velozmente vai galopando, galopando, em direcção não se sabe onde, nem porquê E eu apenas quero deixar minhas frágeis linhas de pensamento nessas páginas que são caminhos, que caminho num simples teclado de computador A fim de se perderem na imensidão do infinito
Em cada dia que passo contigo Dizes-me palavras, e tens gestos Que tocam fundo meu coração Vivo de quase nada E nada trago comigo Porque tudo te dou Até o meu sofrível, e insofrível amor Hei-de amar-te incondicionalmente Porque a razão move a força Deste sentido amor de pai, p’ra filha
Dei-te colo ao nasceres E voltarei a dar-te agora Mesmo quando não pedes Protejo-te sempre de tudo e de todos Tudo farei p’ra que sejas eternamente feliz Enquanto viver estarás em minha alma E toda a vida serás protegida Por mim, e p’los Anjos Agora que já és mulher, Continuo amar cada lágrima tua Ou cada sorriso que possa cair Na tristeza, ou na alegria de meu coração
Por uma desilusão que possas ter Estarei sempre cá minha filha Como se ainda fosses a minha bebé E em meus braços de aconchego Estarei p’ra segurar tuas mágoas E mesmo com estas mãos cheias de nada Te acaricio docemente de amor por ti Não me importando estar Eternamente comprometido contigo O meu compromisso és tu!
Mesmo que só agora percebas Que a vida não tem os tons de rosa Como sempre te fiz ver na adolescência, Onde ias criando um mundo de sonhos Um mundo de Joana E pouco acreditavas na minha razão Tu não és fruto de um amor fortuito Tu és o meu amor absoluto total P´ra minha vida inteira Sim, p'ra toda a vida Valendo a pena viver sempre, e sempre Nesta constante paixão Por ti minha filha
A vida desliza na corrente do tempo Com mais ou menos ilusões Por vezes será um tormento Gerir tantas difíceis emoções
Ela é como a canoa em tempestade Que na água vai para cima, e p’ra baixo Subindo, navega-se na boa metade Ao descer é o remanso dum olímpico facho
Que nos iluminará esplendorosamente
Até a um cais de desembarque por aí Assim, o equilíbrio é um belo presente E saberemos que esse final não é um fim
A vida nos marca desde petizes E p’lo tempo fora virá ou não um desencontro Mas se queremos estar bem e ser felizes Aceitemos sua arte um bom cais de encontro
Mãe, mãe Eu imploro Por um gesto teu O mais simples, o mais banal Ou mesmo um à toa Apenas desejo um gesto teu Não sabes como anseio por ele Terno, suculento, bem lambuzado De uma iguaria cheia de amor Que hoje, tanta falta me faz
Mãe, mãe Porque te foste embora? Talvez não saibas Mas estou tão só! Só, nas trevas da vida O meu desapontamento É do tamanho do mundo Desde que Deus Me fez esta partida
Mãe, mãe Não imaginas Como sinto este vazio Esta falta do teu fiozinho De ternura que deliciava Meu coração ao beijares-me Como doces eram esses Extraordinários momentos, Que avidamente os recordo Nesta imensidão de tempo
Mãe, mãe Eu te ofereço Cestos de rosas de fogo Que brotam das minhas lembranças Onde eternamente resides Num canto do meu pensamento
Mãe, mãe Uma vez por outra vou lá
Ao nosso maravilhoso passado Por um caminho Que é o meu secreto roteiro Apenas p’ra te dizer que te amo E que serás sempre a minha mãe, Ausente bem sei Mas és a minha mãe!
Bati em algumas portas Nem uma só se abriu Não foi em horas mortas Nem esse era um dia de frio Em outra, depois fui bater De dentro respondeu uma voz “A porta não abrirei, ficas já saber Que aqui mora um sofrimento atroz”
E numa corrida sem tamanho Dali, logo, logo, fui partir De dor, já basta a que tenho Prefiro viver por aí a sorrir Ás portas não volto a bater Não se sabe o que lá vai dentro Não vá, eu também um dia sofrer O resto da vida em lamento