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FERNANDO RAMOS

Minha Poesia


30.11.22

 

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  • O BAILE DA VILA

  • Na vila, a festa vai ocorrer 
    E abrilhanta-se o baile de sábado
    Pares se juntam a conviver
    Pró pedaço gulosamente passado
  •  
  • É uma alegria contagiante
    E outro baile assim não há
    Por ali, a festa é estonteante
    Dançando-se a salsa, a rumba e o chá, chá, chá
  •  
  • Os bailarinos, num frenesim sem parar
    Vão prestando sua alegria à vila
    E é vê-los dançar, dançar, dançar
  • Aplaudidos por gente que fazem fila
  •  
  • Dança o policia, e o carteiro
    A dona de casa, e a sopeira
    Dança a peixeira, mais o funileiro
    O menino do coro, e a lavadeira
  •  
  • E num rodopiar harmonioso no palco
    Um par de idosos mais afoito
    Mostra num tango, sua perícia de estalo
  • Recebendo de todos uma nota oito
  •  
  • Ali, os dançantes bem se agitam
    Naquela tarde de enorme esplendor
  • Crianças brincam, e outras gritam
    P’la entrada no coreto, do artista cantor
  •  
  • Meninas casadoiras choram de alegria
  • E o imponente galã, para elas sorri
    Há quem suspire, por uma fantasia
    Sonhando que o cantor é só p´ra si
  •  
  • Toca a orquestra bem afinada
    E o pátio inquietou-se num instante
    Fica na cadeira, uma senhora encantada
    P’la voz doce, do romantico cantante
  •  
  • É a loucura, tudo salta e dança
    Numa alegria de deslumbrar
    A tarde vai longa, e não cansa
  • Todos querem, é na vila dançar
  •  
  • É uma alegria contagiante
    E outro baile assim não há
    Por ali, a festa é estonteante
    Dançando-se a salsa, a rumba e o chá, chá, chá
  •  
  • de: Fernando Ramos


28.11.22

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  • SAUDADE DE AMORES
  •  
  • Teu rosto, é sonho meu já esquecido
    Teus murmúrios, ainda guardo nos ouvidos
  • É um som que me vai deixando vencido
    E na mente, resta apenas teus gemidos
  •  
  • Que os recordo tantas vezes em prantos 
    Na minha triste solidão atroz
    São prazeres, amores e encantos
    Tais momentos passados, quando sós
  •  
  • Desenhei teu nome em meu coração
    Agora é poema nos troncos do arvoredo
    São pedaços gravados de desilusão
    Que só de lembrar sinto medo
  •  
  • E nas planícies de verde frescura
    Procuro a linda flor vermelha açucena
    Que a beijarei com toda ternura 
    Como a ti beijava de manhã serena
  •  
  • Hoje, vem o choro destas lembranças
    Quando no campo olho as lindas flores
    Que com elas enfeitava tuas tranças
    Me resta agora a saudade desses amores
  •  
  • De: Fernando Ramos


26.11.22

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  • RIO DE AMARGURAS
  •  
  • Sou um homem triste
    Que hoje à beira do desconforto 
    Vê o rio da minha existência 
    Paulatinamente correr 
    Nele, vão todas as boas ilusões
    Que a cada instante sinto um latejar 
    Que sempre me fizeram bem viver
  •  
  • É um rio, de bonitas 
    E boas recordações
    Que em minha memória
    Estarão sempre presentes
    E viverão alegremente bailando 
    Sobre a sua vontade de existirem
  •  
  • Haja o que houver em todo 
    Este percurso, as boas 
    Lembranças proibirão 
    O esvaziar do pensamento 
    Elas, permanecerão gravadas 
    Em meu coração 
    Como bocados de bons desejos
    Que em algumas situações 
    Mal foram cumpridos
    Deixando a mágoa ir em busca 
    De um final feliz, o meu final
    Que terminará na foz 
    Deste silencioso rio de amarguras
  •  
  • de: Fernando Ramos


24.11.22

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  • JORNALISTA E O POETA
  •  
  • Surgem palavras p’ra poemas 
    Ou noticias, na imaginação fértil 
    De quem as escreve
    Elas, vêem cheias de acontecimentos 
    do nosso dia, a dia
    Vão dando noticias do momento
    Saídas p’la ponta do lápis de carvão
    Registando-se cada facto nas silabas
    Que vão garreando com ideias
    Para o pensamento as deixar cair 
    Numa folha branca
  •  
  • Que faltará afinal?
    Um elo, um rasto de informação 
    Pró criativo melhorar
  • o que escreve?
    Pobre do escritor, que p’la frente
    Ou por detrás de uma máscara, 
    Por vezes não lhe ocorre 
    As palavras certas
  •  
  • O Poeta e o Jornalista
  • Luta, estrebucha, e para quê?
  • Se nas palavras está toda a verdade
    Está lá tudo do pensamento humano
    Sem uma única falha
    Mesmo a inspiração fatigada
    Essa inspiração que por vezes 
    Vem com o cansaço 
    De quem as que escreve
  • Mas elas, as palavras 
    Vão surgindo uma a uma
    Pró escrivão, como poesia 
    De choros, onde lágrimas 
    São letras que anseiam p’lo final 
    do poema, ou da noticia
    Que sairá num livro,
    Ou num jornal do dia
  •  
  • Ó divino, como és generoso
    E dás a razão, e certeza do saber
    Ao jornalista, e ao inspirador
    Numa mistura de ideias
    Deixadas na folha de papel 
    Com a pequena diferença de inspiração
    Entre o jornalista, e o poeta
  •  
  • De: Fernando Ramos


22.11.22

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  • DÉSPOTAS
  •  
  • Imaginam-se senhores esclarecidos
    Julgam-se reis, e de todo poder
    São apenas seres agressivos
    Que a tantos, tantos dão mau viver
  •  
  • Senhores, que alguns são de guerra
  • Pensam serem iluminados p’lo divino
    Enganam-se... Porque cá na terra
    São simples déspotas pobres de tino
  •  
  • E na mais pura soberba arrogância
    Anseiam por regimes de má memória
    Elevam sua desmesurada ganância
    Na esperança da eterna gloria
  •  
  • E tais déspotas incorrigíveis
    Senhoreiam-se do que não lhes pertence
    São ambições sempre apetecíveis
    Que só os incautos convencem
  •  
  • Dizem-se espíritos cheios de clareza
    Mas afinal são de pensamentos fechados
    Sua ignorância, pró mundo são a tristeza
    De ideologias feudais de séculos passados
  •  
  • De: Fernando Ramos


20.11.22

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  CAOS

  •  
  • Difícil este mau tempo que passa
    Onde o destino, a alguns traça a miséria
    Que é o extermínio que os enlaça
    Sejam eles Brancos, ou outra cor
  • Que grassa neste planeta fértil
  • De pérfidos contrastes
    Onde apenas importa, a sórdida ambição 
    De senhores, que não passam de trastes
    É gente sem dó, nem coração
  • Chafurdando na mentira que mata
  •  
  •  
  • Em volta de mim olho, e o que vejo!
    Caos, violência, decadência sem razão
    Tenho apenas, um puro e simples desejo
    De não viver nesta triste confusão
    Já a mitologia, a história ou a lenda
    Nos relata este mesmo percurso passado
    Mas agora, não se sara a fenda
    Dum pobre mundo tão mal venerado
  •  
  • Onde no seu luxuoso Palácio da vida 
  • Alguns, na posse do ouro se tornam sinistros
  • Para quem sofre, e acalenta a esperança
    Suplicando que o mundo gire em sistemas mistos
    Para que piadosamente apenas recebam
  • A felicidade como herança
  •  
  • De: Fernando Ramos


18.11.22

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  • MINHA MÃE, MINHA TERRA
  •  
  • Vou indo para a minha terra
    Por caminhos floridos de bom chão
    À sua beira vou colhendo à mão
    Lindas flores que perfumam a serra
  •  
  • Foi com amor que as plantei
    E que a natureza regou 
    P’ra minha mãe as levarei
    Preciosa oferta que Deus criou
  •  
  • São p’ra ela, que está gravida
    Dum irmãozinho que vai nascer
    E dum amor de tanto querer 
    Concedeu-lhe Deus bonita dávida
  •  
  • Quando chegar à minha aldeia
    Grande festa irei fazer
    Que se prolongará até à ceia
    Com minha mãe, a me enternecer
  •  
  • A ela sempre amarei
    Seu coração bem no fundo
    E, à minha terra, sempre voltarei
    Enquanto meu mundo, for mundo
  •  
  • De: Fernando Ramos


16.11.22

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  • ESPERO O AMANHÃ
  •  
  • Já nada me sobra deste tempo
    Outra vida, melhor teria sido 
    Agora vou em meu passo lento
    Calcando o passado já vencido
  •  
  • Apenas restam lamentações
    Do meu mundo outrora sumido
    Foram imensas as tentações
    Aproveita-las, foi imerecido
  •  
  • Nova aurora p’ra mim aconteceu 
    Na adiantada idade que se some 
    Senti-la, meu corpo estremeceu
    Agarrado ao futuro que consome
  •  
  • No meu difuso quebranto
    A mente, ainda se encontra sã
    E num emaranhado espanto
    Serenamente espero, o amanhã

 

De: Fernando Ramos


15.11.22

 

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  BRANCAS MORTALHAS

  •  
  • Surgem mortalhas p’ra corpos
    São de algodão, e grosso corte
    Vestem tantos sem sorte
    Que deambulavam no pecado forte 
    Terminando assim, inertes e mortos
  •  
  • Irão p’ro céu? Não se sabe!
    O inferno talvez seja o destino
    Eram pecadores de pouco tino
    Num lugar triste e pouco fino
    Onde, o bom futuro lá não cabe
  •  
  • Agora, são almas sem regresso
    Cobertas de mortalhas p’ra conforto
    Cobrindo o corpo frio e morto
    A caminho dum além, nascido torto
    Que em vida não mereceram sucesso
  •  
  • Mas afinal, esperam-lhes o céu!
    Num paraíso de paz celestial
    São almas felizes, e é consensual
    Que ir pró inferno, era irreal
    Subiram ás nuvens, vestidos de véu
  •  
  • E as mortalhas foram-lhes retiradas
    Daqueles corpos mal enfeitados
    Deus perdoou tédios pecados
    Abrindo sua porta, aos pobres coitados
    Enlaçando-lhes felicidades desejadas
  •  
  • P’ra traz, ficaram tristes destinos
    Foram embora as brancas mortalhas
    Chegou paz, a espíritos sem malhas
    Vividos em profundos meios de palhas
    Que ansiavam por Anjos bem vindos
  •  
  • De: Fernando Ramos


14.11.22

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  • ESCREVO
     
  • P’ra ti, escrevo de mil cuidados
    Poemas de minha alvura
    São pedaços de vida inspirados
    Em palavras de breve cultura
  •  
  • Pensamentos deitados num livro
    Que só p’ra ti, apenas para ti, editarei
    Em palavras endoidecidas sem castigo
    Que no meu coração são lei
  •  
  • Escrevo, e para ti rescrevo sem fim
    Poesia de amor e emoção
    São breves, e vão voando por aí
  •  
  • Buscando no vento, seu poiso manso
    Que, se não encontrar cairão no chão
    Mas escreverei na mesma, e não canso
  •  
  • De: Fernando Ramos

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