Saltar para: Posts [1], Pesquisa [2]

FERNANDO RAMOS

Minha Poesia


30.06.22

 

651 (1).jpg

  • DESEJO
  •  
  • Deixa-me ouvir palavras 
    Nunca ditas
    Guardadas em beijos 
    Que nunca demos
  • Diz-me acasos 
  • Nunca falados
    Ou teus poemas 
    Jamais publicados
  •  
  • Deixa ouvir tua voz
    Num fado vadio
    P’ra um amor 
    De ocasião
  • Deixa a paixão florescer
    No meu jardim de desejos
  •  
  • Deixa perder-me em ti
  • E conta-me, amor
  • Teus sonhos
    Entre murmúrios 
    Me embebedando
  • De beijinhos, beijinhos
  •  
  • Deixa-me advinhar 
    Em teus lábios
  • Os anseios dos meus
    Que nos teus  
    Não se perdem
  • Deixa-me amar-te 
    Só mais uma vez
    Meu amor
    Dá-me este desejo
  •  
  • De: fernando Ramos


28.06.22

650 (1).jpg

 MORRER DE PAIXÃO

  •  
  • Ando doido de amor
    E quase perco a razão
    Choro agora, minha dor
    Caiem lágrimas p’lo coração
  • Ela, flor de minha vida
    Foi embora com o vento
    Vai numa folha caída
    No Outono de sofrimento
  •  
  • A mágoa me rodeia
    Numa profunda desilusão
    Por ela, fui preso na cadeia
    De ciúme, e aflição
    Que vai ser agora de mim
    Deste pobre coitado
    Meu amor, caminha por aí
    E eu, triste e encarcerado
  •  
  • Tão intimo e profundo
    Era nosso puro amor
    Abandonou meu mundo
    Comigo agora resta a dor
    Sei que vou morrer de paixão
    Mas que tristeza sem igual 
    Longa é minha agitação
    Não suporto mais, meu final
  •  
  • De: Fernando Ramos


26.06.22

649 (1).jpg

 TEU VIOLINO

  •  
  • Quero ser teu músico
    Tocando violinos!
    Apenas teu músico
    Tocar para ti, 
    Grandiosas obras de Mozartt, 
    Vivaldi, e Wagner
    Apenas quero ser 
    Teu músico de violinos!
    Este é o meu grito do momento
    Se puder ser
    Quero ser como um violino!

  • Tocar só para quem habita 
    Meu espaço de prazer
  • Só quero tocar p’ra ti, meu amor
    E tu, ao som do meu violino
    Danças para mim
    E eu, dentro de teu coração
    De pulsação, em pulsação
    Danço contigo
    Como se fossemos um só
  • Sentindo nós, o som divino
  • Do maravilhoso violino
    Que sempre tocarei p´ra ti
  •  
  • de: Fernando Ramos


24.06.22

 

648.jpg

  • FLAMINGO ROSA
  •  
  • Flamingo rosa, minha alegria
    Regressas sempre p’la tardinha 
    Trazes beleza e simpatia 
    À natureza amiguinha
  •  
  • Minha ave de lindas cores 
    Que bonito é esse porte 
    Tua pena macia como flores
    Tornam meu coração bem forte
  •  
  • Ó flamingo, flamingo rosa
    Doce afago de minha alma 
    Fazes minha vida amorosa
  •  
  • Ofereces-me fiel calor
  • Com tua plumagem de cor calma 
    A meu coração palpitando amor
  •  
  • De: fernando Ramos


21.06.22

647.jpg

 SONHOS DE NAVEGAR

  •  
  • Vai por mil ondas a dentro 
    Um veleiro que avisto 
    Suas velas vão ao vento 
    Admirá-las, não resisto
  •  
  • Lembram-me outras eras 
    De oceanos prometidos 
    Para homens de quimeras
    Que p’lo mar eram retidos
  •  
  • Alguns chegavam ao porto 
    Com ouro, café e cetins 
    Um, ou outro, seria morto
    Por roubar vestes organdins
  •  
  • O barco do horizonte 
    Já não é a Caravela 
    É sonho levado de fronte
    De Homens anseiando por ela
  •  
  • Quero ser marinheiro dela 
    E irei para o alto mar 
    Ao vento solto a vela 
    Para os ventos me levar 
  •  
  • De: Fernando Ramos


17.06.22

  

646 fr (1).jpg

 PALAVRAS ESCONDIDAS DA MUSA

  •  
  • Não me peças por favor, ó musa
  • Que repita palavras ditas por sábios   
    Eles dirão como recusa
    Aquelas escritas por teus lábios   
  •  
  • Nem peças poemas p’ra balada
    Ou frases curtas vindas da alma
    Dão-te fadigas de dor chorada 
    Em madrugada de noite calma
  •  
  • Oh! Musa, beijas-me com ardor 
    E palavras aí são esquecidas
    Em meus lábios, pedindo amor
  •  
  • E as palavras já não são ditas
  • Por nos beijos serem escondidas
    E atadas ao coração por fitas
  •  
  • Fernando Ramos


15.06.22

645 fr (1).jpg

  • BRINCADEIRAS NA NOITE SERENA
  •  
  • Minha casa era bem pequena 
    Ali habitavam tantos sonhos 
    Lembro alguns, na noite serena 
    Eram sorrisos, não actos tristonhos
  •  
  • Nas lindas noites, quentes de verão 
    Trauteava-se as canções da moda 
    Elas nos enchiam o coração 
    Nas nossas brincadeiras de roda
  •  
  • Nos chuvosos dias, à lareira 
    Como era tão bom ali estar 
    A conversa era de boa maneira
    Gargalhadas, perdiam-se no ar
  •  
  • Minha mente guarda esses serões 
    De anos, que passaram sem corte 
    Ficando só boas recordações 
    Agradeço ter tido essa sorte
  •  
  • Guardando-a muito bem no coração 
    Mas a saudade... Agora bate forte 
    Restando agora tanta emoção 
    Fazendo-me perder, o bom norte
  •  
  • Fernando Ramos


14.06.22

 

644 (1).jpg

  • CANSADO E PESADO
  •  
  • Um corpo velho e pesado,
    sentado num banco de jardim
    tem seus braços caídos
    sobre a madeira velha e podre,
    onde a vai acariciando
    Ele aprecia a fresca tarde da cidade,
  • e o movimento dela é como uma teia
  • que a vai rodeando

  • O velho saboreia o tempo,
    talvez o pouco tempo que lhe resta
    Seu rosto enrugado p’los dias, e anos
    já consumido de sua vida,
    mostra traços de sofrimento,
    bem vincados em sua pele
  • Ele olha o horizonte
    onde uma arvore teimosamente 
    faz sombra no seu caminho
    E no seu profundo olhar
    nota-se a solidão,
    solidão sua fiel companheira

  • E aquele corpo pesado, 
    e sem qualquer abrigo,
    recebe os pingos de chuva
  • de um inverno,
    tão agreste como sua existência
  • Em seus lábios um silêncio,
    um profundo silêncio de pedra
    tão brando como sua presença
    naquele banco de jardim
    Onde o desejo amargo da vida,
    se faz notar no seu olhar profundo, 
    bem profundo, 
    entristecendo mais o velho
    de corpo cansado e pesado
  •  
  • Fernando Ramos


10.06.22

  • 643 - 1 E 2.jpg

       

    643 - 3 e 4.jpg

  •   

    643 5 e 6.jpg

     

    643 - 7 e 8.jpg

    643 - 9 e 10 (1).jpg

    643 - 11 e 12 (1).jpg

    643 - 13 e 14 ultimo (1).jpg


     UM TRISTE FADO – COROA DE SONETOS

  •  1
  • Numa velha tasquinha de Lisboa
    Corações magoados choram saudade
    Um fadista rebelde de voz boa
    Canta um fado de muita ansiedade
  •   
  • É  uma tristeza dorida
    Numa história, simples e singela
    Cantada na casa castiça e colorida
    Por uma garganta rouca e bela
  •   
  • Aconteceu ali ao lado, na viela
    Um crime que está a ser muito falado
    Mataram o guitarrista João Catela

    O povo não se conforma
    Anda de coração chorado
    E acham a justiça um pró-forma
  •   
  • 2
    Acham a justiça um pró-forma
    Querem-na fazer com suas mãos
    Não podem aguardar p’la norma
    Do tribunal julgar o malandrão
  •  
  • Não sabem bem o que se passou
  • Fala-se de um marido enganado
    Que uma pistola bem manejou
    Caindo na viela, o João baleado
  •   
  • No bairro, aquele crime é bizarro
    A população vive em sobressalto
    O fadista vai fumando seu cigarro
  •  
  • Ouvindo o povo comentar
    Que próximo já houve um assalto
    E o medo já começou a chegar
  •  
  • 3
    E o medo já começou a chegar
    Pensa o mui nobre fadista
    A tasca depressa se vai esvaziar
    Terminando a noite p’ro artista

    Todos regressam à sua casinha
    Trocando segredinhos do acontecido
    Fala-se que foi por causa da Aninha 
    Que Catela, ali perto tenha morrido
  •   
  • Diziam que boa moça era Aninha!
    Casada com o Zé Marinheiro
    Mas com o João,  já a viu uma vizinha
  •   
  • Não imaginando o crime cometido 
  • Até que o defunto não era “arruaceiro”
    Era bom homem, trabalhador e amigo
  •   
  • 4
    Era bom homem, trabalhador e amigo
    Mas foi o ciúme a causa daquela desgraça
    Amou quem não devia, estava perdido
    P’ro coração do Zé, era uma ameaça
  •   
  • O povo agora não fala de mais nada 
    Senão da Ana, do Zé e do João
    É uma desgraça acontecida p’la calada 
    Sofrendo a população pela traição
  •  
  • Lá no bairro são todos muito amigos
    Até Marcham nos Stos. Populares 
    Agora sentem-se tristes e perdidos
  •   
  • E por causa do crime que é o primeiro 
  • O povo regressa cedo aos lares
  • Com medo do que fez Zé Marinheiro
  •  
  • 5
    Com medo do que fez  Zé marinheiro
    Perdeu a cabeça num acto tresloucado
    Arrependido está o amigo e companheiro
    Era tão bom marujo, e cometeu vil pecado
  •   
  • O Zé, por mares muito navegava
    Deixando no cais  Aninha triste e só
    Ela, que nas partidas muito chorava
    Cometeu a traição, sem pena nem dó
  •   
  • Por ele, mais lágrimas não vai deitar
    Zé, vai p’ra cela suja sem saída
    Por alguns anos o vão encarcerar
  •  
  • Triste, este destino que aconteceu
    Aninha ficará na mágoa bem sofrida
    E o pobre do João por amor morreu
  •  
  • 6
    E o pobre do João por amor morreu
    Um guitarrista de poemas talhados 
    O povo está triste p’lo que aconteceu
    Tocava tão bem na casa de fados
  •  
  • Era um homem bonito e todo gingão
    Diz a vizinhança, que por ele suspirava
    Zé, era traído sem dor no coração
    Por Aninha, que com João se deitava
  •  
  • Este artista de tão grave pecado
    Nas guitarras já pouco tocará
    Mas não fica órfão do seu amigo fado
  •  
  • Irá continuar nesta cidade castiça
    Onde a paz ao bairro voltará 
    Quando p’lo João se fizer justiça
  •  
  • 7
    Quando p’lo João se fizer justiça
    Já o Zé cumpre pena no degredo
    Aninha, terá outro homem que a cobiça
    Não é mulher de andar só, e com medo
  •  
  • Das ruas da amargura foi resgatada
    P’lo seu marido Zé Marinheiro
    Era prostituta da rua mal frequentada 
    Por mulheres que amavam por dinheiro
  •  
  • Aninha, na vida tem um mau passado
    Seu homem bom, da lá, a tirou
    E como gratidão, com o João  atraiçoou
  •  
  • É um pecado que não vai ser perdoado
    P’los vizinhos, que dele muito fala
    Causando a dor que o povo não cala
  •  
  • 8
    Causando a dor que o povo não cala
    E que os poetas está a inspirar
    Dará poesia que se cantará numa sala
    Em fados que fará o coração sangrar
  •  
  • Guitarras chorarão baixinho
    Poemas de sangue e dor
    P’ra um fadista que cantará certinho
    O triste destino traído por amor
  •  
  • Ela voltou p’ra tristeza traçada
    E na rua procura outra oportunidade
    Que decerto não lhe será ofertada
  •  
  • Por outro homem que a poderia amar
    Aninha, sente-se só nesta cidade
    E no rosto, não há lágrimas a deslizar
  •   
  • 9
    E no rosto, não há lágrimas a deslizar
    Os remorsos a estão a consumir
    No bairro conhecem seu pecar
    E de lá, querem-na ver partir
  •  
  • Aninha, vive nas ruas da amargura
    Suplica ao vento p’ra levar seu inverno
    O tempo que lhe perdoe a grande loucura
    Senão, jamais esquecerá seu pecado eterno
  •  
  • Agora, nas acordadas madrugadas
    Assaltam-lhe pensamentos do Diabo
    Cobrando-lhe suas dores desbragadas
  •  
  • P’ra seu mundo de inferno permanente
    Já escrito em poesia para um fado
    Cantado p’lo fadista, pausadamente
  •  
  • 10
    Cantado p’lo fadista, pausadamente
    No silêncio das noites de bom tino
    Este drama triste e pungente
    Apenas seguiu por mau destino
  •  
  • Nos três amigos, suas vidas se alterou 
    Um morreu, outro já está preso
    E outra, sua vida p’ra trás voltou
    Recebendo a paga de total desprezo
  •  
  • Por toda população local
    Que jamais esquece o sucedido
    Numa atitude correcta e natural
  •  
  • Condenando tal acto vivido
    Onde o futuro do amigo foi perdido
    Porque o João, por eles era querido
  •  
  • 11
    Porque o João, por eles era querido
    Sendo na guitarra um virtuoso
    Acompanhava fadistas, agradecido
    De modo sempre afectuoso
  •  
  • Até que o ciúme lhe apareceu
    Dando lhe um fim triste e brutal
    Como uma vertigem de breu
    Surge a visão terrível e infernal
  •  
  • Agora gemem as guitarras
    Em outras mãos generosas
    Dedilhando poesia sem amarras
  •  
  • Desta tristeza, de dor, e morte
    Chorada por pessoas carinhosas
    Com rancor desta má sorte
  •   
  • 12
    Com rancor desta má sorte
    Acontecida na viela ao lado
    Onde a dor ali bateu forte
    Nos corações dum povo desolado
  •  
  • Trovas se começam a escrever
    P’los poetas que as estão aprimorar
    Em rimas exuberantes de saber
    Acontecendo poesia de acicatar
  •  
  • P’ra tantos que se vão deslumbrar
    Pela escrita que traz tanto sofrer
    Muitos, dela se vão sempre lembrar
  •  
  • Que o ciúme só traz desgraça
    A vidas que se podem perder 
    Neste mundo fértil de devassa
  •  
  • 13
    Neste mundo fértil de devassa
    Onde de boca, em boca voa a miséria
    De acontecimentos que ultrapassa
    O bom senso, de forma vil e pouco séria
  •  
  • Hoje já se cantam poemas de dor
    Nas mais afamadas tabernas finas
    Em vozes generosas de ardor
    Cantados em fados de tristes sinas
  •  
  • Como o poema dos três amigos
    Cujo o crime os maltratou
    Hoje, do futuro se encontram perdidos
  •  
  • A Ana, que era tratada por Aninha
    À rua da má vida ela voltou
    Perdendo aí a sua boa estrelinha
  •  
  • 14
    Perdendo aí, a sua boa estrelinha
    Como castigo da muita má sorte
    Cumprindo esta pena p’la tardinha
    Num ritual que a vai levar à morte
  •  
  • E o fadista rebelde, de voz rouca
    Canta p’ra clientes sensibilizados
    O ciúme que deixou a vida louca
    A três amigos outrora respeitados
  •  
  • Apenas agora resta a saudade
    Naquele bairro de bom viver
    De gentes que ama a sua cidade
  •  
  • Como um poema que bem soa 
    Na voz do fadista de bem o dizer
    Na tasquinha dum bairro de Lisboa
  •  
  • De: Fernando Ramos



07.06.22

642.jpg

  • DESFRALDAMOS A BANDEIRA

    Desfraldamos a bandeira ao vento
    Festejando as brilhantes vitórias
    Elas dão garra, e o alento
    À pátria de tantas glorias 
    Do grito do nosso coração
    Vem a força e perseverança 
    O povo honra com dedicação
    Os heróis da nossa esperança
    Somos gloriosos e valentes
    Com sonhos, que felizes nos faz 
    Vivemos amando os ausentes 
    Que o mundo fizeram de paz
  •  
  • De: Fernando Ramos

Pág. 1/2

Mais sobre mim

foto do autor

Subscrever por e-mail

A subscrição é anónima e gera, no máximo, um e-mail por dia.

Arquivo

  1. 2024
  2. J
  3. F
  4. M
  5. A
  6. M
  7. J
  8. J
  9. A
  10. S
  11. O
  12. N
  13. D
  1. 2023
  2. J
  3. F
  4. M
  5. A
  6. M
  7. J
  8. J
  9. A
  10. S
  11. O
  12. N
  13. D
  1. 2022
  2. J
  3. F
  4. M
  5. A
  6. M
  7. J
  8. J
  9. A
  10. S
  11. O
  12. N
  13. D
  1. 2021
  2. J
  3. F
  4. M
  5. A
  6. M
  7. J
  8. J
  9. A
  10. S
  11. O
  12. N
  13. D
  1. 2020
  2. J
  3. F
  4. M
  5. A
  6. M
  7. J
  8. J
  9. A
  10. S
  11. O
  12. N
  13. D
  1. 2019
  2. J
  3. F
  4. M
  5. A
  6. M
  7. J
  8. J
  9. A
  10. S
  11. O
  12. N
  13. D
  1. 2018
  2. J
  3. F
  4. M
  5. A
  6. M
  7. J
  8. J
  9. A
  10. S
  11. O
  12. N
  13. D
  1. 2017
  2. J
  3. F
  4. M
  5. A
  6. M
  7. J
  8. J
  9. A
  10. S
  11. O
  12. N
  13. D
  1. 2016
  2. J
  3. F
  4. M
  5. A
  6. M
  7. J
  8. J
  9. A
  10. S
  11. O
  12. N
  13. D
  1. 2015
  2. J
  3. F
  4. M
  5. A
  6. M
  7. J
  8. J
  9. A
  10. S
  11. O
  12. N
  13. D