FERNANDO RAMOS

• VITORIA DA SELECÇÃO
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• Nossa vitórias são históricas e belas
  E ao mundo oferecemos uma lição
  Somos felizes, e ansiamos por elas 
  Viva a lendária gloriosa selecção
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  É a vitória árdua, e bem difícil
  Que Portugal vai por aí conquistar
  Marcamos golos de forma subtil
  E o povo por ela sorri a chorar
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  Sofremos muito por aí 
  Todos nós gritamos até doer
  Bons pedaços surgem por fim     
  Com a nossa força de vencer
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  A história diz que somos dos maiores 
  Registando todo o nosso valor
  O mundo sabe que somos os melhores 
  Ganhando com raça, verdade e ardor
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• Fernando Ramos

 A PROFECIA E OS RICOS

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• Se tivesse o dom da profecia
  Conhecia os seus mistérios
  Mesmo assim não sei se queria 
  Falar a língua dos ricos ditos sérios
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• Eles que são de muito dinheiro
  Pouco retribuem a seu irmão
  Fazem das notas mau companheiro
  Nem lhes sobram, p’ra distribuir pão
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• Se tivesse o dom da profecia
  Faria chover esperança e amor
  Pró mundo viver em alegria
  Não, na terrível incerteza e dor
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• Ainda que essa chuva não parasse
  Prós lados dos privilegiados e bonitos 
  Não sei, se algum dia, o rico escutasse
  A miséria dos pobres aflitos
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• Se tivesse o dom da profecia
  E visse ricos distribuir bens e sustento
  Total felicidade me acontecia
  Neste mundo egoísta, que lamento
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• Se eles se tornassem mais humanos
  Seu dinheiro teria um doce tilintar
  O pobre não viveria de enganos
  E do seu futuro, não se iria enganar
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• Se tivesse o dom da profecia...
  Sua magia para mim não era segredo
  Daria a paz, que o mundo exigia
  E as diferenças, amaria sem medo
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• Fernando Ramos

 PRATINHO DE OURO

•  De quem eu tenho pena,
  não é daquele pequeno príncipe
  que recusa junto de sua mãe
  comer o bom bifinho,
  que ela com tanto amor,
  carinho, e seu saber, 
  o preparou como sempre acontece
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  De quem eu tenho pena,
  é daquele menino de sorriso 
  franco, limpo e maroto
  que diz a sua mãe, 
  não querer comer mais
  do seu pratinho de farinha
• porque ela não tem 
  do seu manjar p’ra comer
• 
  A mãe, sentiu fria tristeza
  por seu menino, 
  e resolveu comer também 
  do seu pratinho de ouro
  Ele feliz,
  oferece-lhe um sorriso
  dos mais bonitos,
  daqueles sorrisos
  que fazem parar o mundo
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• de: Fernando Ramos

• O CORVO TABERNEIRO
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• Nesta bela cidade de colinas e poetas
  Os Corvos da sua bandeira
  São aves vindas desde as descobertas
  Que os lisboetas, delas faziam brincadeira
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• O corvo, era estimado p’lo taberneiro
  E que bem poisava nas carvoarias
  É preto, preto, e bom matreiro
  Vivia entre o carvão, e destilarias
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• Baptizaram-no de corvo Vicente
  Nos tempos da Lisboa malandra e sabida
  Brincavam com ele, e ficava contente
  Alegrava a cidade antiga e colorida
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• Era um corvo taberneiro e simpático
  E na capital deixou saudade
  Partiu num tempo sorumbático
  Um dia esperamos vê-lo p’la cidade
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• Em seu poleiro olhava os vizinhos
  No meio dos pregões da cidade
  Nas tabernas bebiam-se uns copinhos
  E cantava-se um fado p´la liberdade
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• Esta ave, o símbolo dos alfacinhas
  E não é substituída por mais nenhuma
  Volta corvo, p’rás Marchas tuas vizinhas
  Porque St. António quer cá tua pluma
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• de:Fernando Ramos

• MEU MUNDO GIRA AO CONTRÁRIO
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• Escuto o vento, sussurrando lá fora 
  Cá dentro em desassossego, sinto a solidão 
  Anseio p’lo amor que demora 
  Chorando magoado meu coração
  Preso a um cristalino copo de vinho
  Aguardo por tua chegada
  O tempo passa tão devagarinho
  Tornando tão grande minha noitada
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• Esta espera me deixa cansado 
  Nela vou perdendo a razão 
  Estou só, parecendo um coitado 
  Como é triste este meu fim de verão 
  E quando chega o anoitecer 
  P’ra mim o mundo gira ao contrário
  Estou quase, quase a enlouquecer 
  Tendo o tempo como adversário
  
  Um dia, tu virás para mim
  Correndo pró meu coração
  As noites depressa terão seu fim
  Indo embora a leveza da escuridão
  E não mais vinho, eu beberei
  Que embriaga a minha tristeza
  P´ra ti, p´ra ti meu amor, eu só viverei
  Envolvido em esperança, e na certeza
•  
• de: Fernando Ramos

• SER AMIGO
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• Ser amigo, é estar presente
  Sentirmos o abraço que falta
  Ajudar-nos, a ser resistente
  Quando a dor nos fere a alma
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• È estar lá quando é preciso
  Gritar bem alto nossa defesa
  Apoiar com seu sorriso
  Não nos deixar só, na tristeza
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• Caminhar a nosso lado
  P’las feias ruas da amargura
  Ajudar-nos no desespero chorado
  A não perdermos a compostura
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• Amigo, é ser maior e fiel
  Portador da firmeza e ternura
  Dar-nos colo no nosso fel 
  Fazer sua razão, nossa cobertura
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• É dar, sem nada receber
  É a mão p’ra nos segurar
  É o ânimo que queremos merecer
  É amizade que não vai faltar
•  
• Fernando Ramos

NOSSA BANDEIRA É PORTUGAL

Nossa pátria, é Portugal
Temos orgulho na sua glória
Cantamos bem alto, o hino Nacional
Gravamos nossa bonita memória

Vamos de vitória em vitória
Com toda a força e determinação
Enriquecemos sempre a história
Somos um país lindo, e campeão

Sofremos até à gota final
Com nosso espírito de guerreiros 
A bandeira é PORTUGAL
No mundo somos primeiros

É enorme o orgulho de ser Português
Grita o povo nos corações   
Somos lutadores, p’la pátria que Deus fez
Neste canto belo, de Camões 

Fernando Ramos

• SARAMAGO
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• Saramago, o escritor
  Português dos sete costados
  Sábio e grande senhor
  Escreveu pró mundo de letrados
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• Eles, os que gostam da leitura
  E do saber deste grande escritor
  Sabem que outros, poucos em fartura
  O trataram mal, mas não lhe causou dor
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• E ele, como um bom escritor matreiro
  Pouco ligou a tais indecências
  Deu-lhes com um bom livro certeiro
  Que lhes castra as maledicências
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• Na sua ignorância vasta da escritura
  Esta gente, tem é ciúmes
  Porque ele é Nobel da literatura
  E eles, ricos em azedumes
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• Saramago, o escritor maior
  Nos livros oferece seu carisma 
• Na sua escrita, só a pena é menor
  E o povo, o ama, sem sofisma
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• De: Fernando Ramos

• PERDI MINHA POESIA
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• Partiu de mim, a poesia
  Levaram todas as palavras já ditas
  Era pura imaginação que escrevia
  Fiquei privado dela, preso por fitas
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• Para mim, era a palavra brilhante
  E voava loucamente até à estrela
  Num licito sentimento cintilante
  Vejam lá! Acabei por perde-la
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• Palavras que eu inventava
  Que agora flutuam por ai
  Perdi poemas que amava
  A tristeza cresce em mim 
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• Minha alma, chora a solidão
• Parte de mim foi embora
  Foi-me roubada do coração
  Deus por favor, que faço agora?
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• Estou sem minha fantasia,
  Sem meus sonhos, e minha vida
  Deixou-me só, sem alegria
  Vagueia por aí, anda perdida
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• E neste silêncio de saudade
  Te rogo, ó meu bom Cristo
  Ela é a minha esperança, e liberdade
  Se a poesia não vem, não resisto!
•  
• Fernando Ramos

 MINHAS MULHERES

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• Mulheres, a minha perdição
  Brancas, Mulatas, e de outras cores
  Por todas, quase morri de tentação
  E por algumas tive dissabores
  Eram de sonho, e pouco as amei
  Mas seus segredos, eu os guardo
  Deram-me tudo na vida, bem sei
  Até seus colos como meu resguardo
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• Mulheres, que por minha vida passaram
  Nos seus regaços muito sonhei
  Em tantos leitos, todas me amaram
  Em seus lindos corpos, me aconcheguei 
  Depois... Todas elas me deixaram
  E meu coração continua sem dona
  Sofreram, porque por mim se apaixonaram
  Acabei por ficar só nesta vida tristonha
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• Às minhas Mulheres, de tantos clamores 
  Meu coração, nunca lhes entreguei 
  Deram-me tudo, tudo, com mil ardores 
  E seus murmúrios, os guardei
  Hoje, a grande tristeza me invade
  Porque delas eu tanto desfrutava 
  Agora, apenas resta-me a saudade 
  Se voltasse atrás, o coração lhes entregava
  
  De: Fernando Ramos