Esperam por ti no Estádio de ouro Lá, a lealdade não é palavra vã O Benfica tem na força seu tesouro Inspirando-se nela p´ra vitória sã Este clube é o açúcar do povo E na elegância tem a honra dum campeão Se ganhar, não é nada de novo E a história registará mais essa lição
Esperam por ti no campo de ouro Com vitórias que pulam de emoção Correm e jogam, chutando no couro Entrando na baliza mais um golão Mas se a bola for bem caprichosa E nas redes não quiser entrar Faz-se outra jogada fina e espantosa E o golo acabará por ir lá morar
A vitória surgirá naturalmente Ao Benfica, levando dedicação Pró povo que vibra árduamente P’lo glorioso clube do coração Choram e sofrem com ousada admiração Seus fiéis adeptos, por tanto encanto E p´la sua Águia, que é a pura paixão Guardam belas vitórias tidas em campo
Este é o clube que o mundo aclama Quando os atletas entram em cena Nas camisolas berrantes que se ama Vai o emblema num canto de poema E outra página da história é virada P’lo Vermelho e Branco, seu tesouro Toda a equipa que joga é brindada P'los adeptos no seu palco de ouro
Toco o meu violão com prazer e fantasia As cordas deslizam
por minha mão valsando notas,
de esperança e alegria Vai comigo p’ra todo lado, e dele nunca me vou separar Componho musicas
de algum pecado, que delas alguém vai gostar
O violão é a minha vida, e não o quero perder Tomei uma atitude decidida, que só o deixarei quando morrer Meu violão, meu grande amor, se vais embora eu vou sofrer Nunca me causes tal dor, porque de ti não quero padecer
Tu és o meu doce enlevo, que me fazes arfar, arfar Teus acordes me mantém sereno com vontade de te acompanhar Fazes de mim um virtuoso e por tuas notas ando a vaguear Tocas um chorinho carinhoso P’ra nossas vidas deslumbrar
Vivi na longa escuridão E p’lo Divino fui iluminado Comigo morava a solidão E agora de fé, estou tocado Ele mostrou-me, o que não queria ver E fiquei deveras preocupado Por tanto tempo andar a perder Sem seu amor então encontrado
Neste meu brando despertar Minha vida totalmente mudou A luz que minha alma veio habitar Faz-me revelar, que só não estou Agradeço ao Altíssimo Deus Por tanta bondade sua Amo outros irmãos meus E a escuridão por mim recua
Agora, sou escravo da alegria E pró futuro despertei Terminou minha agonia Em solidão não mais viverei Na minha busca de verdade A sede de Deus fui encontrar A ele, devo minha liberdade P’ra sempre o irei amar
com muito orgulho E comemos o pão que o diabo amassou Meus pais, laboraram bem no duro
Até à velhice, que infelizmente terminou
Eram operários, e os filhos criaram Nossos pais de absoluto amor Por nós, muito se sacrificaram Dando-nos o difícil pão do seu labor
Recordamo-los
Com incomensurável saudade
E seu amor p’ra nós era a voz de Deus Deixaram em meu coração sua bondade Como a todos os outros, irmãos meus
Seus exemplos, é a nossa esperança E um dia, os voltaremos abraçar No céu, Deus lhes oferece a bonança Que a vida cá, não lhes soube dar Foram operários toda a sua vida Com dignidade, honra, e gratidão Deram-nos tudo, até à sua partida Herdando nós,
Estás sentada, e na tua frente o espelho Olhas o rosto, e reparas nas tuas rugas, e pensas: Como o tempo passou meu Deus! E notas que ruga após ruga há nelas histórias de tua vida, escritas num livro onde diariamente deixas momentos vencedores e vencidos, até o inicio de vida a dois lá está
quando eram ingênuos, e daí?...
pensas!
Um grande amor te aconteceu e contigo vive até hoje, apesar de já ter passado alguns anos Anos de muitos altos e baixos, anos que trazem lembranças de bons e menos bons registos Olhas p’ro lado do espelho e vês fotos de quando eras muito mais nova Uma lágrima cai no teu infinito, e voa numa leve brisa de tristeza
De repente, te lembras dos filhos, aí sorris... Sentes saudades das suas meninices, ou quando em bebés te sugavam os seios, na sua sofreguidão de viver , oferecendo-te um feliz natal à vida Isso por momentos te conforta, mas novamente a tristeza surge
em teu rosto Outra ruga que teimosamente se vinca na tua pele, traz mais recordações menos positivas, como quando foi a saída dos filhos do teu lar, porque também eles encontraram o seu grande amor
E outra lágrima acontece, mas esta não chega ao teu infinito diário de recordações Porque apesar de estares menos jovem, contigo ainda está o amor de tua vida, que o preservas como um acto de posse e que, ainda te preenche as noites e te as torna sempre doces, nem que seja só
p´ra te aconchegares a seu peito
e sentires seu calor, e o seu respirar,
recordando que e só tu e ele
sabem dos tantos enlaços
E, então, com um sorriso lembras-te que na morna luz da tarde, com ele passeias todos os dias p’lo parque verde do bairro, onde tantas, e tantas vezes se amaram, como um poema de Florbela Espanca
Maldito espelho sem dó, pensas: Porque me envelheces? E outra lágrima cai no teu colorido jardim de lembranças
A sorte é para que é, diz o povo na sua razão Alguns prometem Fátima a pé se ganharem muito tostão Então, jogam no Euromilhões os apostadores matreiros À espera de uns milhões, para serem ricos de dinheiros
A sorte não se tem, a sorte tem de se procurar É que, com pouco vintém muito se pode ganhar Na certa, até a vais encontrar no mais simples pormenor Num sorriso, ou num olhar em alguém que te dá o melhor
E nessa amizade podes apostar, porque ai, a riqueza é experta Tudo que tens podes jogar e arrecadas muito pela certa Joga forte e com amor, e ganhas o teu passaporte Viajarás na felicidade sem dor, e eu, te desejo boa sorte
Contestatário, eu sei que sou mas que posso fazer, se grande parte de minha vida andei no leme à bolina, procurando um farol que me indicasse um porto p´ra mergulhar minha âncora
Minha vida foi como trepar Por uma calçada acima, hora a hora, dia a dia num grande sofrimento de ciclista que procura a sua meta,
onde a vitória por vezes não sorri, mas nem é tão vital pró destino
Nasci no após guerra, e agradeço a Deus por me salvar dos seus malefícios Mas encontrei outra guerra, não tão mortífera claro, mas a guerra da sobrevivência Tudo tem o seu começo, o meu foi na infância, e só Deus e eu, é que sabemos como foi subir a tal colina da vida
onde fui apanhando daqui, e dali, parecendo mais um boneco, mas sempre em pé Construindo meu futuro como se constrói melodias, não as de Chopin, ou uma opera de Verdi, ou até as loucuras de Mozartt, mas aquele futuro, em que a música por vezes é bem desafinada
Noutras alturas, minha sobrevivência era mais uma autêntica poesia de expor a alma Com sonetos de tristeza, sofrimento, e até por vezes alguma felicidade, que hoje p´ra mim, toda esta arte poderá ser o meu ego, ou um lindo poema de vida
Longas são as horas, os dias, e até os anos Mas neste percurso de tempo, teu sorriso enche minha alma Ele, é envolvido numa auréola, que sem esforço e dedicação me embebeda de prazer Sinto um mundo brilhante em teu sorriso, e só de o olhar construo meu caminho num mimo perfeito e sem dor
Nele, apenas procuro o fácil e o rápido de alcançar o sabor da vida Aquele sabor que nos deixa feliz por ter esse sorriso livre de más vontades e de rancor Pobres aqueles, que não sonham sequer com um sorriso desses que é para sempre meu, o meu farol
Ele me indica o caminho certo do teu bom porto, onde irei ancorar E me fará sempre ir mais além, em busca da felicidade a teu lado, que se vai cimentando no teu exuberante sorriso