Saltar para: Posts [1], Pesquisa [2]

FERNANDO RAMOS

Minha Poesia


20.09.21

 

 

A GARCIA LORCA

 

Tu, Federico Garcia Lorca
que não voltas à tua Granada amada
Onde ás cinco da tarde em ponto
deixas-te poesia
por nós sempre recordada

 

E os touros que tanto escreves-te
e da valentia de seus toureiros
O mundo tu deslumbras-te
com as boas histórias 
de alguns cavaleiros

 

Nós, muito mais pobres ficámos
mas deixaste-nos o teu talento
Na comédia da Mariposa que escreveras
Encontrou-se o livro de versos

que tu um dia perderas

 

de: fernando ramos


19.09.21

 

TRAVESSA DO CAVACO

  

Fui à travessa do Cavaco
procurar a felicidade
Encontrei o local estragado
ruído pela antiguidade
Pobre travessa que estás gasta 
lá prós lados de Évora
O tempo, a beleza de ti afasta
mas tuas velhas paredes conserva

 

Na travessa me apaixonei
por uma mulher de beleza sublime
Mais tarde, dela me afastei
senão teria de cometer um crime
É que ela, era louca varrida
com a grandeza de sua beleza,
Parecia um cavalo sem brida
querendo amor até à mesa

 

E eu de bons costumes
àquela fornalha não me habituei
Deixei-a nos seus queixumes
e à travessa não mais voltei
Não é que eu seja fraco
até almejo um amor incandescente
Mulher p’ra mim, é de bom trato
e não de sexo doido, e permanente

 

Hoje vou à Travessa e sorriu
pela peripécia então passada
Com ela eu nunca tinha frio
E comigo andava sempre desvairada

 

 

de: fernando ramos


18.09.21

 

 

BRINCAM CRIANÇAS

 

Na minha rua brincam crianças

Que pulam, correm, gritam
Parecendo avezinhas
Procurando seu ninho

Meninos e meninas
Na sua pouca idade
Buscam prazer no seu brincar

 

Na minha rua brincam crianças
E suas mães da janela

As olham felizes sempre atentas
Como uma leoa a vigiar suas crias

 

Na minha rua brincam crianças
De todas as raças
Pouco se importando
Com o egoísmo dos homens

Elas amam a vida 
Apesar da sua pouca idade

Como eu adorava voltar
A ser criança
Pular, saltar, gritar
E não ter a noção
Do meu amanhã

 

Na minha rua

brincam crianças felizes

 

 

de: fernando ramos


17.09.21

 

 

AI PORTUGAL, PORTUGAL

 

Ai Portugal, Portugal
O que te está acontecer
O povo anda a viver mal
Pelo que lhes estão a fazer

 

Ai Portugal, Portugal
Estão a querer voltar os algozes
Alguns acham normal
E do povo, não ouves suas vozes

 

Ai Portugal, Portugal
Esta gente acredita em ti
Não os deixes ficar mal
Contigo vão até ao fim

 

Ai Portugal, Portugal
Mete os políticoso na ordem
Não é nada normal
Toda esta desordem

 

Ai Portugal, Portugal
Não nos partas o coração 
Como este povo não há igual 
Olha que ele tem sempre razão

 

 

 

de: fernando ramos


16.09.21

 

O POETA NO PEDESTAL

 

Irá o poeta à presidência
Deste país de algum saber
Que faz poesia com paciência
Pró povo que se regala a ler

 

Ele é homem de combater
Por uma cultura desbravada
Com ele, podem querer
Será a Presidência determinada

 

A cultura ficará mais rica
Se o poeta for ao pedestal
E há gente que acredita
Que é a vez, deste intelectual

 

Mas se Alegre não for ao puder,
Poemas continuará a escrever
Porque nas escolas se irá dizer 
Sua poesia de muito aprender

 

Será melhor ser poeta,
E Presidente desta República
Seu saber todos afecta
Diz o povo na rua pública 

E se for só na segunda volta
Faz-lhe uma trova fatal
A esquerda oferecerá a liberdade solta
Pró adversário de Carnaval

 

Ter Alegre como Presidente 
A poesia ficará bem tratada
Com o Manuel lá presente
A cultura será mais amada.

 

de: fernando ramos - Poema a Manuel Alegre

27.12.2010


15.09.21

 

 

CORAÇÃO PERDIDO

 

Dizes que um coração perdeste
Quem sabe se o céu o ganhou
Desde aí, tanto sofreste
Pensa se foi Deus que o chamou

 

Não perdeste esse coração
Poderá estar bem perto de ti
Foi Deus, que por alguma razão
Que o quis levar p´ra junto de si

 

Teu amor, o coração levou
Para um paraíso muito melaço
Lá, seu Espirito, na sua vez entrou
E por ti, irá esperar um pedaço

 

Com ele, um dia irás ter
E farão lá um belo festim
Os Anjos, até irão querer
Ir de Organdis e cetim

 

Esse amor que julgavas terminado
Continuará no infinito sagrado
Deus nunca poderia ter findado
Dois corações felizes, como no fado

 

 

de: fernando ramos


14.09.21

 

 

QUANDO EU MORRER

 

Quando eu morrer,
não derramem lágrimas
sobre o manto do meu caixão
Sorriem à vida,
porque avezinhas cantarão
hinos celestiais
a meu espírito que se elevará

p´ra junto do pai

que nos conforta

 

Quando eu morrer,
deixem cravos vermelhos
de suaves fragrâncias
que me inspirarão 
no novo amanhã
onde começará meu sonho
de ao infinito chegar,
p`ra junto da generosidade

de Deus,

que nos entrega seu perdão

 

Quando eu morrer,
lembrem-se que não estarei só
Os anjos me acompanharão
na eternidade,
e me prepararão 
para novas etapas 
de outra vida

 

Quando eu morrer,
Deus na sua eterna misericórdia
me acolherá como seu filho,
e outros desígnios me ordenará
procurando eu cumprir sua vontade
juntos de nossos irmãos

 

de: fernando ramos


13.09.21

 

 

QUEREM CASTRAR A CULTURA

 

Há por aí alguém
a querer castrar a cultura
Pobre ideia!
Já têm os olhos cansados 
de observar a arte 
dos grandes mestres


Agora, aparece por aí gente 
que despreza a música, 
o teatro, a escrita,
como tenho pena dessas almas

 

Castrar a pintura, o cinema, 
a poesia, só mostra ignorância
Castrar a cultura 
Nunca!
Até porque o tempo, o grande 
julgador da vida, não deixa
A natureza, não deixa
O homem bom, não deixa

 

Mas há sempre alguém
que embriagado p’la sua 
maldade, dinheiro, 
desprezo pelos valores,
quer mostrar poder
Pobres coitados, 
não passam de répteis 
insignificantes

 

Por vezes aparecem ideias 
maquiavélicas, 
em simples pessoas 
que não passam de filhos 
de um Deus menor,
com tais pretensões
A cultura viverá sempre,
a cultura é a vida,
é o saber do Divino
Triste gente que vive
fora da graça de Deus

 

de: fernando ramos


12.09.21

 

 

DOR DE MORRER

 

Ó dor que tantos perturbas
És indesejada no viver
Um corpo sofrido, tu sugas 
E por tua causa, se vai morrer

 

Dor teimosa que não nos deixas
Dás à vida um fogo de inferno
És companheira de nossas queixas
Num mau sofrimento eterno

 

Por vezes não nos deixas sorrir
Mas tua persistência é fiel
Desapareces no nosso dormir
Mas quando acordamos, és o fel

 

Dor sentida em nosso corpo
Que nos fazes teus escravos
Só nos abandonas, quando morto
P’ra mal dos nossos pecados

Dor incomoda, vai-te embora
Deixa-nos feliz no nosso viver
Deus nos traga uma boa hora
Com ela não queremos morrer

 

de: fernando ramos


11.09.21

 

 

A CASA DE ALMEIDA GARRETT

 

Há por aí uns Senhores Doutores
Que de cultura não percebem nada
Destroem tudo com seus rancores
P`la santa ignorância danada

 

 

E a casa de Garrett foii abaixo
Com um golpe frio e mortal
Porque alguém tem um tacho
Ao serviço do capital

 

O grande mestre de cultura
Para eles não foi importante
Interessa é o dinheiro com fartura
Que saiu deste golpe arrogante

 

A esses ricos de mealheiro
Falem-lhes dos nossos grandes valores
Porque a cultura está sempre primeiro
Que os interesses de alguns senhores

 

As Viagens na Minha Terra
Que escreveu Garrett com amor
Agora, o dinheiro ali encerra
A casa de saber do escritor

 

Pobre, Almeida Garrett
Tua residência foram destruir
Construíram lá um prédio sem frete
Em vez de museu, pró povo sorrir

 

Esta é a vitória do dinheiro
Sobre a inteligência e a razão
Ele está sempre primeiro
Que a cultura desta pobre Nação

 

de: fernando ramos

Mais sobre mim

foto do autor

Subscrever por e-mail

A subscrição é anónima e gera, no máximo, um e-mail por dia.

Arquivo

  1. 2024
  2. J
  3. F
  4. M
  5. A
  6. M
  7. J
  8. J
  9. A
  10. S
  11. O
  12. N
  13. D
  1. 2023
  2. J
  3. F
  4. M
  5. A
  6. M
  7. J
  8. J
  9. A
  10. S
  11. O
  12. N
  13. D
  1. 2022
  2. J
  3. F
  4. M
  5. A
  6. M
  7. J
  8. J
  9. A
  10. S
  11. O
  12. N
  13. D
  1. 2021
  2. J
  3. F
  4. M
  5. A
  6. M
  7. J
  8. J
  9. A
  10. S
  11. O
  12. N
  13. D
  1. 2020
  2. J
  3. F
  4. M
  5. A
  6. M
  7. J
  8. J
  9. A
  10. S
  11. O
  12. N
  13. D
  1. 2019
  2. J
  3. F
  4. M
  5. A
  6. M
  7. J
  8. J
  9. A
  10. S
  11. O
  12. N
  13. D
  1. 2018
  2. J
  3. F
  4. M
  5. A
  6. M
  7. J
  8. J
  9. A
  10. S
  11. O
  12. N
  13. D
  1. 2017
  2. J
  3. F
  4. M
  5. A
  6. M
  7. J
  8. J
  9. A
  10. S
  11. O
  12. N
  13. D
  1. 2016
  2. J
  3. F
  4. M
  5. A
  6. M
  7. J
  8. J
  9. A
  10. S
  11. O
  12. N
  13. D
  1. 2015
  2. J
  3. F
  4. M
  5. A
  6. M
  7. J
  8. J
  9. A
  10. S
  11. O
  12. N
  13. D