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FERNANDO RAMOS

Minha Poesia


29.10.18

 

 

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889 - QUANDO

 

Quando o sol não brilhar

Quando o vento não assobiar

Quando o rio secar

Quando as flores murcharem

Quando o machado cortar

A última árvore

Quando deixares de respirar

 

Vai servir de muito

A ganância pelo dinheiro

 

Quando a memória

Não aflorar em dias de melancolia

Quando os poetas não escreverem

Quando as crianças

Não poderem perguntar

Quando se deixar de viver na verdade

E não se poder falar das mágoas

 

Morre tudo…

E o amor deixa de se alcançar

 

De: Fernando Ramos


26.10.18

 

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SONHO DE LUAR

 

Quero um dia gritar ao mundo inteiro

Ouvindo os sons da natureza

Sorrir à vida e ser o barqueiro

Dum céu de estrelas de tanta grandeza

E nelas procurar a esperança perdida

Deitado nas aveludadas nuvens atordoadas

Olhando a lua derramando prata derretida

Aclamando poemas em rimas delicadas

E na minha solidão do firmamento azul

Grito ao mundo terra, ouvindo minha voz

Ali sou feliz como era nos mares do sul

Escrevendo poesia p´ra lua de todos nós

E uma lágrima órfã alojada no pensamento

Cai nas estrelas que moram em meu olhar

E por entre um pensar latejante do momento

Aparece a esperança lavando meu sonho de luar

 

De: Fernando Ramos

 


24.10.18

 

 

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  • MAU PEDAÇO

    A lua espreita por detrás da montanha
    Iluminando toda sua redondeza
    A brisa traz uma saudade tamanha
    No meu coração que carrega tristeza
  •  
  • Contemplo a triste lua soluçando
    Pertinho das estrelas a brilhar
    A saudade faz a lua por mim penando
  • P´la mulher que não me quer amar
  •  
  • E toco meu violão devagarinho
  • Num lamento bem choradinho ao luar
  • P´la mulher que me deixa sozinho
  • Com angústia que em mim está a entrar
  •  
  • Neste mau pedaço o tempo vai sumindo
    E o amor na viola vai caindo sem voltar
  • Observando a lua, meus pensamentos vão fugindo
  • Da mulher que meu dia nunca deixa clarear
  •  
  • Emergem pedaços partidos de paixão
  • De um amar que nunca será meu
  • E Deuses me dizem da mulher da ilusão
  • Que o seu florido jardim até seria eu
  •  
     De: Fernando Ramos 


19.10.18

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  • CARRIS DA VIDA 
  • Pelos longos carris da vida
  • A viagem leva-nos a um cantinho
  • Uma ou outra paragem de saída
  • Nos indicará a sorte do destino
  • E por largos desconhecimentos
  • Desafiamos caminhos coloridos
  • Deciframos tantos cruzamentos
  • Em lugares por aí desconhecidos  
  •  
  • Se não se conseguir a sorte apanhar
  • No comboio que passa pela vida
  • Entre olhares e palavras vamos dar
  • Ao percurso da bela aurora apetecida
  • E se o comboio por ela não passar
  • É Deus que decide, e não eu
  • E quando ao infinito um dia chegar
  • Abre-se as portas do céu que é seu
  •  
  • De: Fernando Ramos 


18.10.18

 

885.jpg

 

885 - MARIA

 

Maria, vou passar pela baixa

Subir a calçada ao Bairro Alto

Beber um tinto de fina caixa

Gozando o prazer sem sobressalto

 

Sabes bem que sou boémio

E disso nunca te enganei

Sei que sou fraco prémio

Pró teu coração que ateei

 

Maria, és a minha doce paixão

E completas toda a minha vida

Mas à tasca não digo não

É lá, minha chegada e partida

 

Sabes as noites frias que passo lá

Com satisfação que dá cansaços

E que entre copos de lá para cá

Vou saboreando a vida aos pedaços

 

O Bairro alto é outra paixão

Desde que era muito novo

E lá entrego minha consolação

Bem juntinho ao vinho novo

 

Foi lá que te encontrei

E meu coração em ti se perdeu

Hoje te digo que sempre te amei

Mas o triste vício me acolheu

 

De: Fernando Ramos


17.10.18

 

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  •  884 - MÁGOA PERDIDA
  •  
  • Lá vai a mágoa, e vai perdida
  • Leva muito p’ra chorar
  • É de uma dura vida, vencida
  • Que ficou sem um meloso amar
  •  
  • Se sente bastante traída
  • E sem nada a esconder
  • Sofreu boa parte da vida
  • E p´ra um papiro vai escrever
  •  
  • Foram tantas horas escondidas
  • E sua noite nunca amanheceu
  • Até as estrelas andaram fugidas
  • Do brilho que ela não se envolveu     
  •  
  • E a mágoa perdida cai
  • Seguindo o trilho da tristeza
  • Deixa a dor que entra e sai
  • Dum coração batido p´la dureza
  •  
  • De: Fernando Ramos


16.10.18

 

883 (2).jpg

 

  • OLHAR O MUNDO
  •  
  • Vou por aí e não tenho pressa
  • Vou olhando o mundo tal como ele é
  • Observando pessoas que por mim passam
  • E com elas vai uma história e um destino
  • E ao vê-las, julgo que a felicidade
  • Já ali não mora, tal como me acontece
  •  
  • Todos os dias, todas as manhãs
  • Faço o meu caminho cheirando os dias
  • E as estações do ano
  • Que por mim vão esperando
  • Na longa estrada que conheço
  • Rodeada de todas as árvores
  • E dos males do universo
  • Que fazem parte da minha vida
  • E também da minha história
  • Que morrerá na poeira do tempo
  •  
  • É preciso observar o mundo
  • Que faz da alma um jardim em flor
  • E que apesar de nele, eu ir devagar
  • Para mim sorri, e para mim se entrega
  • De amor, e de amor eu me oferto a ele
  • Aos outros e à natureza
  • Que tão generosa é para nós
  • Sendo apenas necessário
  • Que homens e mulheres ganhem coragem
  • Para virar a esquina do medo
  • Pedindo a Deus outra direcção ao mundo
  • Com crença, verdade e paixão
  • Para que ele não se destrua
  •  
  • De: Fernando Ramos


14.10.18

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  • MÃE, DOCE BRILHAR
  •  
  • Mãe, nossa mais querida amiga
  • Mulher que nos quiseste por bem
  • És o poema da rosa mais florida
  • No jardim do Deus do além
  •  
  • Um dia, levou-te por amor
  • Por seres a Santa de teus filhos
  • Em nós ficou um penoso temor
  • Da perdição dos maus caminhos
  •  
  • Nossa mãe que adoças o céu      
  • No maravilhoso paraíso de Deus
  • Olha por nós nas noites de breu
  • Com o puro amor dos olhos teus
  •  
  • Nós ansiamos p´lo teu doce brilhar
  • No silêncio da tua poesia
  • P´ra que nunca nos deixes pecar
  • Recebendo o calor da tua magia
  •  
  • De: Fernando Ramos

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