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FERNANDO RAMOS

Minha Poesia

FERNANDO RAMOS

Minha Poesia

889 - QUANDO

Fernando Ramos, 29.10.18

 

 

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889 - QUANDO

 

Quando o sol não brilhar

Quando o vento não assobiar

Quando o rio secar

Quando as flores murcharem

Quando o machado cortar

A última árvore

Quando deixares de respirar

 

Vai servir de muito

A ganância pelo dinheiro

 

Quando a memória

Não aflorar em dias de melancolia

Quando os poetas não escreverem

Quando as crianças

Não poderem perguntar

Quando se deixar de viver na verdade

E não se poder falar das mágoas

 

Morre tudo…

E o amor deixa de se alcançar

 

De: Fernando Ramos

888 - SONHO DE LUAR

Fernando Ramos, 26.10.18

 

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SONHO DE LUAR

 

Quero um dia gritar ao mundo inteiro

Ouvindo os sons da natureza

Sorrir à vida e ser o barqueiro

Dum céu de estrelas de tanta grandeza

E nelas procurar a esperança perdida

Deitado nas aveludadas nuvens atordoadas

Olhando a lua derramando prata derretida

Aclamando poemas em rimas delicadas

E na minha solidão do firmamento azul

Grito ao mundo terra, ouvindo minha voz

Ali sou feliz como era nos mares do sul

Escrevendo poesia p´ra lua de todos nós

E uma lágrima órfã alojada no pensamento

Cai nas estrelas que moram em meu olhar

E por entre um pensar latejante do momento

Aparece a esperança lavando meu sonho de luar

 

De: Fernando Ramos

 

887 - MAU PEDAÇO

Fernando Ramos, 24.10.18

 

 

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  • MAU PEDAÇO

    A lua espreita por detrás da montanha
    Iluminando toda sua redondeza
    A brisa traz uma saudade tamanha
    No meu coração que carrega tristeza
  •  
  • Contemplo a triste lua soluçando
    Pertinho das estrelas a brilhar
    A saudade faz a lua por mim penando
  • P´la mulher que não me quer amar
  •  
  • E toco meu violão devagarinho
  • Num lamento bem choradinho ao luar
  • P´la mulher que me deixa sozinho
  • Com angústia que em mim está a entrar
  •  
  • Neste mau pedaço o tempo vai sumindo
    E o amor na viola vai caindo sem voltar
  • Observando a lua, meus pensamentos vão fugindo
  • Da mulher que meu dia nunca deixa clarear
  •  
  • Emergem pedaços partidos de paixão
  • De um amar que nunca será meu
  • E Deuses me dizem da mulher da ilusão
  • Que o seu florido jardim até seria eu
  •  
     De: Fernando Ramos 

886 - OS CARRIS DA VIDA

Fernando Ramos, 19.10.18

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  • CARRIS DA VIDA 
  • Pelos longos carris da vida
  • A viagem leva-nos a um cantinho
  • Uma ou outra paragem de saída
  • Nos indicará a sorte do destino
  • E por largos desconhecimentos
  • Desafiamos caminhos coloridos
  • Deciframos tantos cruzamentos
  • Em lugares por aí desconhecidos  
  •  
  • Se não se conseguir a sorte apanhar
  • No comboio que passa pela vida
  • Entre olhares e palavras vamos dar
  • Ao percurso da bela aurora apetecida
  • E se o comboio por ela não passar
  • É Deus que decide, e não eu
  • E quando ao infinito um dia chegar
  • Abre-se as portas do céu que é seu
  •  
  • De: Fernando Ramos 

885 - MARIA

Fernando Ramos, 18.10.18

 

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885 - MARIA

 

Maria, vou passar pela baixa

Subir a calçada ao Bairro Alto

Beber um tinto de fina caixa

Gozando o prazer sem sobressalto

 

Sabes bem que sou boémio

E disso nunca te enganei

Sei que sou fraco prémio

Pró teu coração que ateei

 

Maria, és a minha doce paixão

E completas toda a minha vida

Mas à tasca não digo não

É lá, minha chegada e partida

 

Sabes as noites frias que passo lá

Com satisfação que dá cansaços

E que entre copos de lá para cá

Vou saboreando a vida aos pedaços

 

O Bairro alto é outra paixão

Desde que era muito novo

E lá entrego minha consolação

Bem juntinho ao vinho novo

 

Foi lá que te encontrei

E meu coração em ti se perdeu

Hoje te digo que sempre te amei

Mas o triste vício me acolheu

 

De: Fernando Ramos

884 - MÁGOA PERDIDA

Fernando Ramos, 17.10.18

 

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  •  884 - MÁGOA PERDIDA
  •  
  • Lá vai a mágoa, e vai perdida
  • Leva muito p’ra chorar
  • É de uma dura vida, vencida
  • Que ficou sem um meloso amar
  •  
  • Se sente bastante traída
  • E sem nada a esconder
  • Sofreu boa parte da vida
  • E p´ra um papiro vai escrever
  •  
  • Foram tantas horas escondidas
  • E sua noite nunca amanheceu
  • Até as estrelas andaram fugidas
  • Do brilho que ela não se envolveu     
  •  
  • E a mágoa perdida cai
  • Seguindo o trilho da tristeza
  • Deixa a dor que entra e sai
  • Dum coração batido p´la dureza
  •  
  • De: Fernando Ramos

883 - OLHAR O MUNDO

Fernando Ramos, 16.10.18

 

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  • OLHAR O MUNDO
  •  
  • Vou por aí e não tenho pressa
  • Vou olhando o mundo tal como ele é
  • Observando pessoas que por mim passam
  • E com elas vai uma história e um destino
  • E ao vê-las, julgo que a felicidade
  • Já ali não mora, tal como me acontece
  •  
  • Todos os dias, todas as manhãs
  • Faço o meu caminho cheirando os dias
  • E as estações do ano
  • Que por mim vão esperando
  • Na longa estrada que conheço
  • Rodeada de todas as árvores
  • E dos males do universo
  • Que fazem parte da minha vida
  • E também da minha história
  • Que morrerá na poeira do tempo
  •  
  • É preciso observar o mundo
  • Que faz da alma um jardim em flor
  • E que apesar de nele, eu ir devagar
  • Para mim sorri, e para mim se entrega
  • De amor, e de amor eu me oferto a ele
  • Aos outros e à natureza
  • Que tão generosa é para nós
  • Sendo apenas necessário
  • Que homens e mulheres ganhem coragem
  • Para virar a esquina do medo
  • Pedindo a Deus outra direcção ao mundo
  • Com crença, verdade e paixão
  • Para que ele não se destrua
  •  
  • De: Fernando Ramos

882 - MÃE, DOCE BRILHAR

Fernando Ramos, 14.10.18

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  • MÃE, DOCE BRILHAR
  •  
  • Mãe, nossa mais querida amiga
  • Mulher que nos quiseste por bem
  • És o poema da rosa mais florida
  • No jardim do Deus do além
  •  
  • Um dia, levou-te por amor
  • Por seres a Santa de teus filhos
  • Em nós ficou um penoso temor
  • Da perdição dos maus caminhos
  •  
  • Nossa mãe que adoças o céu      
  • No maravilhoso paraíso de Deus
  • Olha por nós nas noites de breu
  • Com o puro amor dos olhos teus
  •  
  • Nós ansiamos p´lo teu doce brilhar
  • No silêncio da tua poesia
  • P´ra que nunca nos deixes pecar
  • Recebendo o calor da tua magia
  •  
  • De: Fernando Ramos

881 - MÁ VIDA PASSADA

Fernando Ramos, 10.10.18

  

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881 - MÁ VIDA PASSADA

 

P´ra ti mãezinha, minha flor

Que vives no meu coração

Faço uma declaração de amor

Beijando-te de ternura e paixão

 

Tu és toda a minha vida

E recebes minha adoração

Sei que tua vida foi sofrida

Com o infinito eco da tua razão       

 

Perdoa-me querida mãe

Por meu vicio ser magoado               

Mas Deus, e tu sabem bem

Ser este meu destino traçado

 

Não percebo as chamas deste pecar

Talvez por má vida passada

Sofro muito por te mal tratar

No silencio da dor desgraçada

 

Sabes que me quero redimir

Mas a droga é minha tortura 

Acabo sempre por te mentir

Com a profundeza da amargura

 

De: Farnando Ramos

880 - FILHOS DE GENTE POBRE

Fernando Ramos, 08.10.18

 

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FILHOS DE GENTE POBRE

 

Somos filhos de gente pobre

E batemos o chão descalço

Nosso olhar via a fome

E o pão era nosso encalço

 

Somos filhos de gente feliz

Gente que Deus sempre amou          

Deu-nos o destino que quis

Prós caminhos, que a vida doou           

 

Somos filhos de boa gente

Gente de enorme afeição

E nos silêncios que o coração sente

As lembranças são nossa emoção

 

Somos filhos de tanto amor

De chama viva muito extensa

Na nossa união brilha a cor

Da pura amizade tão imensa

 

De: Fernando Ramos

21.9.2012

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