- 192 - OS DEUSES NÃO ESTÃO LOUCOS
Vão saber a novidade
- Das terras dos Deuses do amor
- Encontram-se dois artistas de saudade
- Um é fadista, o outro, um poeta senhor
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- Amália, a nossa fadista
- E Camões o grande escritor
- Imaginem o encontro da artista
- Com o poeta do amor
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- De Camões, poesia Amália cantava
- E a nós nos deslumbrava
- Ele, era Violante que amava
- E o povo, por seus poemas chorava
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- Fez-se no céu uma festa celestial
- Caldo verde, e jaquinzinhos se comera
- Bebeu-se vinho tinto espiritual
- Numa tasca onde S. Pedro os recebera
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- Falaram de Portugal
- Das tabuinhas, e das Caravelas
- Foram lembranças sem igual
- Talhando poemas à luz das velas
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- Bonita aquela festa
- Que de cultura se tratou
- Amália cantou Camões
- E ele, por ela se apaixonou
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- Coitada da formosa Violante
- Trocada por Amália a fadista
- Camões disse-lhe num instante
- Que era só, paixão de artista
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- Lindos poemas Amália cantou
- Lá na tasca do céu de Deus
- S. Pedro também vibrou
- Da poesia que Camões escreveu
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- Os Deuses não estão loucos
- Diz o povo na sua mestria
- Camões e Amália não são poucos
- Para nos oferecerem sua sabedoria
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- E os dois juntinhos lá estão
- Muito bem acompanhados
- Brindando versos perfeitos ao serão
- Cantando-se belos fados
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- Ó Deuses do infinito ausente
- Guardai ditoso tesouro
- O povo os vai amar sempre
- Nos seus corações de ouro
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- De: fernando ramos - 192
publicado por Fernando Ramos às 12:48